segunda-feira, 22 de outubro de 2018

DIA INTERNACIONAL DA GAGUEZ - 22 DE OUTUBRO DE 2018

Disfemia

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Disfemia
Especialidadefoniatria
Classificação e recursos externos
CID-10F98.5
CID-9307.0
OMIM184450 609261
MedlinePlus001427
MeSHD013342
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disfemia, conhecida popularmente como gagueira ou gaguez, é a mais comum desordem de fluência da fala, atingindo cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo (dois milhões no Brasil). Os sintomas mais evidentes da gagueira são a repetição de sílabas, os prolongamentos de sons e os bloqueios dos movimentos da fala, sobretudo na primeira sílaba, no momento em que o fluxo suave de movimentos da fala precisa ser iniciado. Também usam-se os termos tartamudezdisfemismo ou disfluência. Além de gago, o indivíduo que apresenta disfemia recebe o nome de disfêmicotartamudobalbo (de balbuciar) ou tardíloquo.
Cerca de 5% das crianças entre dois e quatro anos de idade apresentam episódios de disfemia, sendo geralmente episódios transitórios, que duram poucos meses, ocorrendo em consequência de uma combinação de vários fatores durante o desenvolvimento da fala. Um destes fatores é a maturação lenta das redes neurais de processamento da linguagem, que resulta numa habilidade ainda pequena para articular palavras e encadeá-las em frases nesta idade.[1]
O rápido fluxo de pensamentos, em contraste com a relativa imaturidade do sistema fonoarticulatório, contribui para que a criança apresente alguma dificuldade para produzir um ritmo regular e suave em sua fala. Esta disfluência pode aumentar quando a criança está ansiosa, cansada ou doente e quando está tentando dominar muitas palavras novas.[2]
Normalmente, este distúrbio é transitório, apenas 20% das crianças que apresentam disfemia em tenra idade necessitarão de tratamento especializado.[3] Estes poucos casos que persistem por mais tempo do que o habitual podem estar associados a uma história familiar de gagueira, sugerindo uma predisposição hereditária. Um estudo do Instituto Nacional de Desordens da Comunicação nos EUA (NIDCD), divulgado em fevereiro de 2010 em uma das mais importantes revistas de saúde e ciências médicas do mundo, o The New England Journal of Medicine,[4] encontrou 3 genes relacionados à origem da gagueira: GNPTAB, GNPTG e NAGPA.[5] Neste estudo, foram descobertas mutações capazes de alterar o funcionamento normal de células cerebrais localizadas no centro de controle da fala em pessoas que gaguejam.[6]
Como um importante desdobramento dessa descoberta, em julho de 2015 foi publicada uma abrangente pesquisa epidemiológica mundial[7] que revelou a quantidade de pessoas com gagueira associada a mutações nos genes GNPTAB, GNPTG e NAGPA. De forma inesperada, os pesquisadores descobriram que essa quantidade era muito maior do que se imaginava na época em que este subtipo do distúrbio veio à tona (fevereiro de 2010). Segundo os dados da última pesquisa, um em cada seis casos de gagueira persistente não-sindrômica tem como causa essas mutações (uma frequência três vezes maior do que a estimativa inicial, que era de um em cada 20).[8] Embora essa não seja a única causa genética da gagueira, até o presente momento esta é a única com um nível adequado de esclarecimento bioquímico (via metabólica e enzimas/proteínas envolvidas) e estatístico-populacional (distribuição e frequência de casos).
Em relação à cronificação da gagueira, uma característica que pode estar relacionada à tendência de o distúrbio tornar-se persistente nas crianças é o surgimento de sintomas adicionais bastante semelhantes a alguns verificados na Síndrome de Tourette, como: comportamentos obsessivo-compulsivos; esgares faciais (caretas), mioclonias e tiques involuntários enquanto fala; contrair os olhos ou bater o pé em sinal de desconforto nos momentos em que a fala bloqueia. Nestes casos em que a criança já tem plena consciência do problema e também percebe que sua fala pode ser julgada como fora do padrão normal, ela tende a adotar comportamentos de evitação, muitas vezes preferindo ficar em silêncio a interagir verbalmente. Neste estágio, na falta de tratamento especializado, a maioria das crianças com gagueira começa a se retrair e ter sua auto-estima prejudicada. O bullyingescolar é uma possível complicação à qual pais e professores devem estar muito atentos.[9]
A disfemia que persiste após os cinco anos de idade está associada a alterações anatômicas e funcionais do cérebro, conforme vêm demonstrando as pesquisas mais modernas de neuroimagem.[10] Dados de neuroimagem publicados em 2013 na prestigiada revista científica Brain[11] mostraram que, desde os 3 anos de idade, já é possível detectar, por meio de fMRI e DTI, diferenças de conectividade nas redes neurais em crianças com gagueira que podem ajudar a prognosticar a evolução e cronificação do distúrbio.
A avaliação e o tratamento precoces são decisivos para que a criança consiga compensar cedo essas eventuais deficiências, antes do aparecimento de complicações secundárias. Por essa razão, recomenda-se que toda criança com sintomas recorrentes de gagueira passe por avaliação fonoaudiológica tão cedo quanto possível.[12]
O fonoaudiólogo é o clínico responsável pelo atendimento da maioria dos pacientes com gagueira. No entanto, nem todo fonoaudiólogo está devidamente capacitado para tal tarefa. Em muitos casos, apenas a terapia fonoaudiológica é insuficiente para atender de forma adequada todas as necessidades do paciente com gagueira, tornando necessária a adoção de medidas adicionais de suporte, como assistência médica e farmacológica, sobretudo no adulto ou quando há a presença de comorbidades importantes, como: depressão, TOC, síndrome de Tourette, TDAH, síndrome de Asperger, fobia social, epilepsia focal, epilepsia rolândica, síndrome de Landau–Kleffner,[13] insônia, apneia obstrutiva do sono,[14] bruxismo, disfunção da articulação temporomandibular, etc.
Nos últimos anos, tem havido uma mobilização internacional crescente no sentido de conscientizar a sociedade sobre os preconceitos e a discriminação a que estão sujeitas as pessoas com gagueira. Como parte dessa iniciativa, alguns bons vídeos educativos sobre o assunto foram produzidos. Entre eles, destaca-se "Ssstutter", um curta-metragem canadense bastante desconcertante e reflexivo, estrelado por uma adolescente de 16 anos que possui a desordem.
Também como forma de ajudar no processo de conscientização social do problema, o dia 22 de outubro foi instituído como o Dia Internacional de Atenção à Gagueira.

Referências

  1. Ir para cima «Seis textos essenciais para entender a gagueira». Gagueira Updates
  2. Ir para cima «O "Estudo Monstro" e o grande erro de Wendell Johnson». Gagueira Updates
  3. Ir para cima «Desvendando os mistérios da gagueira através da neuroimagem». Instituto Brasileiro de Fluência
  4. Ir para cima «Mutations in the Lysosomal Enzyme–Targeting Pathway and Persistent Stuttering». The New England Journal of Medicine
  5. Ir para cima «Revelados os primeiros genes implicados na gagueira». Instituto Brasileiro de Fluência
  6. Ir para cima «Descobertos os primeiros genes da gagueira». CNN
  7. Ir para cima «Mucolipidosis types II and III and non-syndromic stuttering are associated with different variants in the same genes». European Journal of Human Genetics
  8. Ir para cima «Causa metabólica da gagueira persistente do desenvolvimento é bem mais frequente do que se imaginava». Gagueira Updates
  9. Ir para cima «Gagueira e bullying escolar». Rede Globo
  10. Ir para cima «O que causa a gagueira?». Instituto Brasileiro de Fluência
  11. Ir para cima «Neural network connectivity differences in children who stutter». Brain
  12. Ir para cima «A importância da intervenção precoce na gagueira». Associação Britânica de Gagueira
  13. Ir para cima «Síndrome de Landau-Kleffner iniciando como gagueira aos 3 anos de idade». Journal of Child Neurology. 2002 Oct;17(10):785-8
  14. Ir para cima «Risco de gagueira é quase 8x maior em pessoas com apneia». American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine. 2002 Nov 15;166(10):1382-7

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas

GRÂNDOLA - Feriado - 22 DE OUTUBRO DE 2018

Grândola

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Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Grândola (desambiguação).
Grândola
Brasão de GrândolaBandeira de Grândola
Grandola Vila Morena.JPG
Memorial ao 25 de Abril
Localização de Grândola
GentílicoGrandolense
Área825,94 km²
População14 826 hab. (2011)
Densidade populacional18  hab./km²
N.º de freguesias4
Presidente da
câmara municipal
António Figueira Mendes (CDU)
Fundação do município
(ou foral)
1544
Região (NUTS II)Alentejo
Sub-região (NUTS III)Alentejo Litoral
DistritoSetúbal
ProvínciaBaixo Alentejo
OragoNossa Senhora da Penha
Feriado municipal22 de Outubro
Código postal7570
Sítio oficialwww.cm-grandola.pt
Municípios de Portugal Flag of Portugal.svg
Grândola é uma vila portuguesa no Distrito de Setúbal, região (NUTS II) do Alentejo e sub-região (NUTS III) do Alentejo Litoral, com cerca de 6 800 habitantes.[1]
É sede de um município com 825,94 km² de área[2] e 14 826 habitantes (2011),[3][4] subdividido em 4 freguesias.[5] O município é limitado a norte pelo município de Alcácer do Sal, a leste por Ferreira do Alentejo, a sul por Santiago do Cacém, a oeste pelo oceano Atlântico e a noroeste, através do Estuário do Sado, por Setúbal.

Caracterização[editar | editar código-fonte]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Em termos geológicos, o território de Grândola é caracterizado por três grandes zonas: a serra de Grândola, a planície e a faixa litoral, que apresentam marcadas diferenças na composição do solo, no relevo, na flora e na paisagem em geral.
A serra de Grândola, predominantemente xistosa, data do período Carbonífero Inferior e representa a geologia antiga da Meseta Ibérica, tendo o seu ponto máximo no outeiro da Atalaia, com 326 m de altitude. Constituindo um obstáculo físico que delimita a área costeira, com influência nos aspetos climáticos e paisagísticos, é a área menos povoada do concelho e está na sua maior parte coberta de sobreiros.
A Planície é caracterizada, a nascente, pelo prolongamento e os declives suaves da Serra, e a norte e noroeste pelas formações terciárias da bacia do Sado, constituídas por areias e argilas do Plioceno. De norte para sul, o revestimento florestal passa gradualmente de pinhal a montado, e é nesta zona que vive a maior parte da população.
A Orla Costeira é caracterizada pelos seus 45 km de praias de areias brancas e águas cristalinas, o fundo marinho é arenoso e vasoso, em resultado da acumulação de materiais sedimentares. Para o interior do território, desenvolvem-se sistemas dunares de porte variado e vegetação típica que se prolongam em grandes manchas de pinhal. No Litoral, destaca-se a lagoa de Melides e, mais a norte, o estuário do Sado, com os arrozais do Carvalhal e os bancos lodosos e os sapais de Troia.[6]

Clima[editar | editar código-fonte]

Não obstante a sua extensa costa, o clima deste concelho pode considerar-se mediterrânico com influência atlântica. Devido a vários fatores, apresenta simultaneamente características marítimas e continentais, sendo frequente a alternância de dias atlânticos e de características continentais.A temperatura média ronda os 16.7 °C.[7]
pluviosidade é muito irregular ao longo do ano, a distribuição de anos secos e chuvosos é relativamente aleatória, e a precipitação média anual ronda os 600mm.[6]

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