sábado, 9 de janeiro de 2016

OBSERVADOR - 9 DE JANEIRO DE 2016

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com

Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
ARÁBIA SAUDITA-IRÃO 
Cerca de 14 séculos de divisão estão a renascer fruto de interesses estratégicos das duas maiores potências do Médio Oriente, que têm levado a cabo uma guerras por procuração, em especial na Síria.
MÉDIO ORIENTE 
A relação entre a Arábia Saudita e o Irão é parecida com a de EUA e URSS nos anos 70 e 80. Aqui fica um guia para que perceber o que se está a passar.
PRESIDENCIAIS 2016 
O Observador começa a acompanhar na estrada os principais candidatos presidenciais. Hoje há duelo Maria de Belém-Sampaio da Nóvoa.
SALVAMENTO / BUSCA 
O Comando Distrital de Operações de Socorro de Vila Real identificou um segundo grupo em dificuldades no Parque da Peneda-Gerês. Seis pessoas aguardando num abrigo a chegada dos bombeiros.
ALEMANHA 
Angela Merkel mostrou-se favorável a um endurecimento das regras de expulsão de refugiados condenados na Alemanha, depois das agressões de Colónia na noite da passagem de ano.
ALEMANHA 
A polícia alemã usou hoje gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar uma concentração de militantes do movimento xenófobo PEGIDA. Manifestantes responderam atirando garrafas e petardos.
ALEMANHA 
Várias centenas de mulheres participaram numa manifestação em Colónia, oeste da Alemanha, para protestar contra a violência alegadamente exercida por refugiados na noite da passagem do ano.
PRESIDENCIAIS 2016 
Começa domingo o sprint final das presidenciais. Quem já passou por isso deixa avisos aos candidatos. Conheça os conselhos de Alegre, Nobre, Carvalhas, Ferreira do Amaral e Louçã.
BANIF 
O primeiro-ministro português explicou esta noite o processo de reestruturação do Banif - revelou as condições exigidas pela Comissão Europeia, e diz que o governo as ignorou.
SAÚDE 
Já está escolhido o novo conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Central. Esteve para ser Francisco Ramos, mas o ex-governante desistiu depois de críticas de Eduardo Barroso. 
Opinião

João Marques de Almeida
O governo deveria ter sido pragmático e concentrar-se inteiramente na recuperação económica. A economia vai sofrer e o governo será penalizado por governar para o passado e não para o futuro.

André Azevedo Alves
Sampaio da Nóvoa ama tanto a liberdade que quer evitar que os jornalistas abusem dela fazendo perguntas inconvenientes. Tal como nem sequer consegue definir o seu posicionamento face ao 25 de Novembro

P. Miguel Almeida, sj
Nem tudo o que somos é socialmente construído ou exclusivamente biológico. Mas negar que a biologia é a base daquilo que somos é negar a realidade.

Rui Ramos
A superstição do presidente da república como árbitro e moderador convém aos partidos. Mas o presidente não tem de ser isso, e um dia não o será. É assim que o regime há-de mudar. 

Paulo Ferreira
Queremos bancos sólidos ou não? É que se queremos bancos sólidos temos que perceber que eles precisam de receitas e estas têm que vir de algum lado.
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NASCI ANTES DE 1986. E TU? - 9 DE JANEIRO DE 2016


Nasceste antes de 1986? Então tens que ler isto… Se não nasceste…lê na mesma… Isto merece!


Nasceste antes de 1986? Então tens que ler isto… Se não nasceste…lê na mesma… Isto merece!

nascidos_antes_1986
Nascidos antes de 1986. De acordo com os reguladores e burocratas de hoje, todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípios de 80, não devíamos ter sobrevivido até hoje, porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas, em tinta à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos.
Não tínhamos frascos de medicamentos com tampas “à prova de crianças”, ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas.
Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes.
Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags, viajar á frente era um bónus.
Bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa e sabia bem.
Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora.
Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso.
Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões. Depois de acabarmos num silvado aprendíamos.
Saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer.
Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso.
Não tínhamos PlayStation, X Box.
Nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, Chat na Internet.
Tínhamos amigos – se os quiséssemos encontrar íamos à rua.
Jogávamos ao elástico e à barra e a bola até doía!
Caíamos das árvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal.
Havia lutas com punhos mas sem sermos processados.
Batíamos ás portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados.
Íamos a pé para casa dos amigos.
Acreditem ou não íamos a pé para a escola. Não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem.
Criávamos jogos com paus e bolas.
Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem. Eles estavam do lado da lei.
Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre. Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas. Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.
És um deles? Parabéns!
Passa esta mensagem a outros que tiveram a sorte de crescer como verdadeiras crianças, antes dos advogados e governos regularem as nossas vidas, “para nosso bem”. Para todos os outros que não têm idade suficiente pensei que gostassem de ler acerca de nós.
Isto, meus amigos é surpreendentemente medonho… E talvez ponha um sorriso nos vossos lábios.
A maioria dos estudantes que estão hoje nas universidades nasceu em 1986.
Chamam-se jovens.
Nunca ouviram “we are the world” e uptown girl conhecem de westlife e não de Billy Joel.
Nunca ouviram falar de Rick Astley, Banarama ou Belinda Carlisle.
Para eles sempre houve uma Alemanha e um Vietname.
A SIDA sempre existiu.
Os CD’s sempre existiram.
O Michael Jackson sempre foi branco.
Para eles o John Travolta sempre foi redondo e não conseguem imaginar que aquele gordo fosse um dia um deus da dança.
Acreditam que Missão impossível e Anjos de Charlie são filmes do ano passado.
Não conseguem imaginar a vida sem computadores.
Não acreditam que houve televisão a preto e branco.
Agora vamos ver se estamos a ficar velhos:
1. Entendes o que está escrito acima e sorris.
2. Precisas de dormir mais depois de uma noitada.
3. Os teus amigos estão casados ou a casar.
4. Surpreende-te ver crianças tão à vontade com computadores.
5. Abanas a cabeça ao ver adolescentes com telemóveis.
6. Lembras-te da Gabriela (a primeira vez).
7. Encontras amigos e falas dos bons velhos tempos.
8. Vais encaminhar este e-mail para outros amigos porque achas que vão gostar.
SIM ESTÁS A FICAR VELHO! Mas tivemos uma infância do caraças!
Partilha com quem nasceu antes de 1986, principalmente se te orgulhas da tua infância!

AS 50 SOMBRAS DO ... BES - 9 DE JANEIRO DE 2016



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As 50 sombras do BES


Exclusivo: conheça os 50 maiores clientes do BES antes do escândalo. Muitos deles nunca pagariam as suas dívidas. Novo Banco continua a ter prejuízos por causa desses créditos antigos que não são pagos

Foi uma lista decisiva para a descoberta do escândalo no Grupo Espírito Santo, mas permaneceu em segredo mesmo para os deputados da comissão parlamentar de inquérito, que não tiveram acesso a nomes por causa do sigilo bancário. Mas é deste relatório, revelado pela primeira vez pelo Expresso, que depende, também, o valor final do Novo Banco: a lista dos 50 maiores clientes empresariais do Banco Espírito Santo, encomendada pelo Banco de Portugal em 2013.
A análise agrega os 50 maiores devedores do BES à data de 31 de dezembro de 2012, isto é, antes de rebentar o escândalo no Grupo Espírito Santo. Ora, o Novo Banco continua a acumular prejuízos, resultantes de perdas com créditos empresariais.
No total, estes 50 maiores devedores do BES somam um valor superior a €10 mil milhões. Note-se, no entanto, que esta lista de devedores empresarias foi concebida em função da exposição total do BES a cada cliente, o que em vários casos é superior à dívida reembolsável. É o caso típico das construtoras: grande parte destes valores inclui não só dívida mas também garantias bancárias, muitas vezes exigidas em obras. Nas garantias bancárias, o banco não está a conceder um crédito, apenas a assumir o risco de pagar a uma determinada contraparte em caso de incumprimento da empresa.
O relatório que o Expresso revela corresponde ao ETRICC — Exercício Transversal de Revisão das Imparidades das Carteiras de Crédito, que o Banco de Portugal encomendou para os bancos portugueses no período de vigência da troika.
O exercício compilou os 50 maiores clientes de cada banco. Mais tarde, o supervisor cruzaria os relatórios para apurar os clientes com risco sistémico, aqueles que caso entrassem em incumprimento provocariam perdas nos bancos, ao ponto de pôr em causa os rácios de capital. Deste segundo relatório, o ETRICC 2, resultaria uma lista com 12 clientes. Entre eles estava o Grupo Espírito Santo. Foi a partir deste processo que o Banco de Portugal detetou o ‘buraco’ no GES depois do verão de 2013, que levaria ao seu colapso em 2014. Quando os deputados pediram este ETRICC 1, na comissão parlamentar de inquérito, o Banco de Portugal enviou a lista de devedores sem a identificação dos seus nomes.
A lista dos 50 maiores clientes visível na infografia está dividida por grupos e tipos de devedores. Essa classificação foi feita pelo Expresso

EMPRESAS RELACIONADAS COM O GRUPO ESPÍRITO SANTO

Ricardo Salgado sempre disse que a exposição do BES ao GES era relativamente baixa, o que se confirma em termos de crédito concedido. Antes do rebentamento do escândalo, a Espírito Santo International (a holding que tombaria, derrubando como um dominó tudo o resto) nem sequer está na lista de maiores devedores do Banco de Portugal. De lá para cá, estes ativos do grupo que entretanto implodiu foram mudando de mãos, da venda da Espírito Santo Saúde à participação na PT, que era o grande ativo estratégico do GES, em parceria com acionistas brasileiros como a Andrade Gutiérrez, dono da Zagope, construtora que também era cliente do BES.

GRANDES EMPRESAS

A relação do BES com grandes empresas sempre foi histórica. E isso era válido tanto em empresas do sector energético como nas telecomunicações.

LUÍS FILIPE VIEIRA

A ligação de Luís Filipe Vieira ao Banco Espírito Santo era forte e conhecida. E isso acontecia com diversas empresas de construção e imobiliário a que estava ligado. Além disso, o próprio Benfica, de que Vieira é presidente, tinha relações de crédito fortes com o BES. No final de 2012, a dívida bancária junto do BES era de pouco mais de cem milhões, valor que subiria no ano seguinte para quase 150 milhões, estando agora o Novo Banco a exigir uma redução dessa exposição.

OUTRAS EMPRESAS

Há diversas empresas grandes clientes de crédito do BES que não são notícia habitual mas demonstram a relação forte com diversos empresários, como, na Madeira, a Avelino Farinha & Agrela (AFA) ou a Heliportugal (ligada a Pedro Silveira).

GRUPOS FAMILIARES

A relação creditícia do Banco Espírito Santo com grupos económicos familiares sempre foi forte. Alguns desses grupos, aliás, eram acionistas do próprio Grupo Espírito Santo, tendo perdido dinheiro com o colapso do GES. Neste grupo, o maior credor era o Grupo José de Mello (incluindo a Brisa), a quem Ricardo Salgado acudiu quando a banca estrangeira deixou de o apoiar. O grupo José de Mello tem vindo a vender empresas para reduzir esta dívida. Assim foi também com a Fundação José Berardo. A SGC (de João Pereira Coutinho), a Logoplaste (de Filipe de Botton), a Sonae (de Belmiro de Azevedo) ou a Sumolis (família Eusébio) eram também clientes.

MOTA-ENGIL

A Mota-Engil é a empresa a que o BES tem maior exposição, com um total de 760 milhões de euros. Este valor, no entanto, incluía garantias bancárias no valor de 245 milhões, o que não constitui dívida reembolsável. Entretanto estes valores reduziram-se substancialmente: no final de 2014 a dívida reembolsável ao Novo Banco era de 250 milhões. A empresa controla ainda a Martifer, que está ligada à IM SGPS. BES e Mota eram sócios na Ascendi.

EMÍDIO CATUM

O empresário ligado à construção tem uma presença discreta mas negócios ativos. Já quando o BPN colapsou o empresário estava na lista dos devedores. Na altura, a sua empresa entrou em insolvência e a dívida não foi paga.

CONSTRUTORAS

O sector da construção era aquele a que o BES tinha, na sua carteira de crédito empresarial, maior exposição. Aliás, além das empresas identificadas neste grupo há ainda empresas como a Mota-Engil, que está isolada supra. Entre estas empresas inclui-se o empresário José Guilherme, que ficou célebre por ter dado 14 milhões de euros a Ricardo Salgado. Refira-se que parte deste dinheiro que é identificado como exposição do BES a estas empresas não é crédito, mas sim cartas de garantia para determinadas obras ou projetos.

HOTÉIS

O turismo e hotelaria eram sectores com peso relevante na carteira de crédito do BES. Parte deste dinheiro foi entretanto perdido. O grupo de Carlos Saraiva teve a reestruturação mais estrondosa.

IMOBILIÁRIO

A exposição do BES ao sector imobiliário era elevada, quer através do financiamento a fundos quer através de empresas de construção, turismo e hotelaria. É o caso da GEF, de Vasco Pereira Coutinho, amigo de Salgado.

ESTADO PORTUGUÊS

Nota: este texto foi publicado originalmente na edição de 11 de julho do semanário Expresso. A lista dos 50 maiores devedores pode não ser visível em alguns telemóveis.

Costa a Costa

EL VENTANO - 9 DE JANEIRO DE 2016

La guerra civil que cuenta Arturo Pérez-Reverte y los países de nuestro entorno

0000000 guerra

La guerra civil que cuenta Pérez Reverte a los jóvenes es más ponderada de lo que la lectura de algunas críticas sugiere. Pero no deja de ser cierto que produce enfado que para que algunos salgan de la visión franquista de la guerra haya que buscar equilibrios impensables con el nazismo o el fascismo (Juan Carlos Monedero)

España no es un país como los de nuestro entorno. En los países de nuestro entorno no podría ser Presidente alguien que manda un sms a su tesorero encarcelado diciéndole “sé fuerte”. En los países de nuestro entorno no sería pensable un libro como el que ha escrito Arturo Pérez-Reverte sobre la guerra civil. Precisamente por estar dirigido a los jóvenes. Los jóvenes españoles, en otro país, tendrían una clara referencia de la guerra civil desde la escuela. De la misma manera que tienen claro en Alemania lo que significó el nazismo y lo estudian no solamente para no repetirlo sino que lo recuerdan para elogiar a las víctimas y colocar en su panteón de héroes a los que combatieron el totalitarismo. Igual que en Italia estudian desde niños la locura del fascismo de Mussolini o en Francia aprenden a respetar a la Resistencia que luchó contra los nazis y los colaboracionistas.
En Alemania, los que atentaron contra Hitler son héroes –igual que lo son en la República Checa los que acabaron con Heydrich- mientras que en España no solamente no se conoce el nombre de los que perdieron la vida queriendo acabar con el dictador sino que se acusa de terrorista a quien atentó contra un torturador de la dictadura que asesinó a gente que luchaba para que el dictador no muriera en la cama, a menudo a través de la sangrienta trama conspirativa de repartir panfletos en la entrada de las fábricas o las universidades.
Cierto es que estos países europeos apenas recientemente están revisitando algunos lugares de la memoria, con lagunas y claroscuros mal iluminados por la reinvención de un compromiso democrático que nunca fue o por la necesidad histórica de no darle alas a los que hicieron tanto mal. Por eso es que ahora puede empezar a hablarse de la barbaridad del bombardeo de Dresde, igual que se cuestionaron las bombas de Hiroshima y Nagasaki. Es ahora que se recuerdan las violaciones a mujeres alemanas por parte de los ejércitos americano y soviético (como se hizo en su día con las violaciones japonesas en China o Filipinas) o puede empezar a hablarse del escaso comportamiento humanitario de las tropas aliadas y su falta de respeto de los acuerdos de Ginebra para tiempos de guerra. De la misma manera que se levanta ahora la prohibición de editarse el Mein Kampf en Alemania (aunque se cuidan de reeditarlo con miles de notas para evitar mentiras). Pero no existen en esos países Plaza del Führer, Avenida de Mussolini, Arco de Petain ni calle de los caídos en la ocupación de Francia.
La guerra civil que cuenta Pérez Reverte a los jóvenes, junto con las excelentes ilustraciones de Fernando Vicente, es más ponderada de lo que la lectura de algunas críticas sugiere. Pero no deja de ser cierto que produce enfado que para que algunos salgan de la visión franquista de la guerra haya que buscar equilibrios impensables con el nazismo o el fascismo. De ahí que algunos hayan querido atribuir al esfuerzo –se nota- de Pérez Reverte un equitativo reparto de culpas entre los que dieron un golpe de estado en julio de 1936 levantándose contra la República e incumpliendo la Constitución de 1931 –es lo que hicieron los militares traidores que se alzaron-, y los que cogieron las armas para defender su Constitución y su orden democrático, tuviera las insuficiencias que tuviera. No se puede olvidar en ningún momento que unos atacaron y otros se defendieron. Que unos recibieron el apoyo de Hitler y de Mussolini desde antes de que el golpe se iniciara y que otros recibieron el apoyo de unas brigadas internacionales que se movilizaron porque ya veían el aliento terrible del fascismo planeando sobre Europa.
El apoyo soviético fue posterior al inicio de la guerra, infinitamente menor –Franco contaba con decenas de aviones antes del golpe-y se terminó antes. Y, en cualquier caso, fue un apoyo a un régimen democrático existente, no para derrumbar un orden político (que era la intención de la Alemania nazi y la Italia fascista). Las comparaciones suelen ser más falsas cuanto más fáciles son.
Acierta Pérez Reverte en señalar que la República estuvo atravesada por contradicciones. La II República representaba a la España más avanzada, mientras que existía otra aún rehén de la oligarquía, del caciquismo y de una iglesia reaccionaria. Si aún hoy podemos detectar ese escaso compromiso democrático, imaginemos sus contornos hace ochenta y cinco años. En un contexto, el de los años treinta, de riesgo de la democracia en toda Europa. Una de las principales fallas que encuentro en el libro tiene que ver con no insertar la guerra civil en el conflicto europeo que estaba empezando. Recientes trabajos (Casanova, Viñas, Preston) demuestran que para Hitler y Mussolini la guerra en España formaba parte de un plan más amplio de carácter europeo. Viéndolo así es difícil cualquier amabilidad con el franquismo.
Suele repetirse desde la historiografía revisionista que “en los dos bandos” hubo represión. Esta expresión no sería tolerable en los países democráticos de nuestro entorno. Nadie hablaría de los aliados y de Hitler en términos “los dos bandos”, porque unos luchaban por la democracia y otros por el fascismo. No son dos lados equiparables. Esta apreciación aparece repetida en este libro –desgraciadamente forma parte del lenguaje popular- y, supongo, es lo que ha conducido a buena parte de las críticas a este trabajo.
Cierto es que, una vez más en nombre de la ponderación, aparecen citados casos terribles que demuestran la insania de los franquistas. Junto algunos conocidos como Guernica, son citados otros de los que no hay tanta noticia, como las matanzas de Badajoz y Almería, y también se explica que en el lado republicano los casos de violencia eran “fruto del desorden y obra de elementos incontrolados”, mientras que en el lado franquista “los asesinatos eran tolerados y hasta organizados por los mandos militares, a fin de eliminar toda resistencia y amedrentar a la población”. Esto está dicho en el libro. La pregunta entonces sería ¿es suficiente?
Desde una visión democrática normalizada, las juntas vuelven a chirriar si no queda claro lo que significó el golpe de 1936. Si para lograr que los que están inclinados a defender a Franco y al golpe se acerquen a visiones más cercanas a la verdad hay que concederles la equidistancia de los contendientes, flaco favor le hacemos a la democracia. Aunque me consta que no es la intención de este trabajo, se termina ofendiendo a los que se jugaron todo por defender la República. No son la contraparte de un mismo asunto. Hay que insistir en que las barbaridades cometidas en las filas republicanas –que las hubo, ahí está Paracuellos, y no son defendibles- fueron en los primeros meses, cuando el orden constitucional se había desbaratado por el golpe y el inicio de la guerra, en el fragor de un ansia de venganza alentada por las atrocidades que llegaban de las zonas que caían bajo la bota de los sublevados, y que se terminaron en el momento en el que el Gobierno de la República recuperó en unas semanas el control político de su zona.
00000000 guerra
La guerra civil de Pérez Reverte se ve obligado a contar, como en una suerte de yenka macabra, barbaridades o dolores a un lado y a otro –unos asesinaron a Lorca, otros a Muñoz Seca, unos maltrataban a las mujeres, otros hacían otro tanto, unos tenían problemas con Unamuno en Salamanca, otros tenían problemas con los anarquistas en Barcelona-, generando necesariamente la idea de que allí todos se volvieron locos. El golpe de Estado de 1936 y sus resultados posteriores no fueron un calentón propio de la tierra: fue la cuota parte de fascismo que vivió nuestro país, igual que el III Reich o el fascio mussoliniano. Lo contrario es una visión amable que busca fáciles digestiones casi un siglo después, repitiendo el mantra: olvidemos esos malos tiempos. Pero la pregunta sobre la salud de nuestras instituciones sigue entonces intacta ¿puede un país construir su democracia ignorando lo que realmente sucedió?
La guerra civil hay que entenderla como parte de nuestras insuficiencias –por eso hubiera sido conveniente citar en el libro que antes de la República vino la dictadura de Primo de Rivera -y entenderla como antesala de la guerra mundial (recordar que nos visitaron jerarcas nazis cuando ganó la CEDA en 1934, diciendo que en España iba a empezar a hacerse lo que estaban ya haciendo en Alemania)-. Eso daría una mirada más inclemente del franquismo. En el libro se citan los 6.000 curas fusilados (pero no se cita que la iglesia denominó “cruzada” al levantamiento) y tampoco que Franco fusiló a 120.000 españoles terminada la guerra o cuando ya estaba ganada. Franco vino matando y se despidió matando. No hubiera estado mal una referencia a los últimos asesinados por Franco en Septiembre de 1975. Y también daría luz señalar que al menos 120.000 de esos acusados de defender la legalidad vigente siguen en cunetas. ¿No habría que recordar a los jóvenes que España es, después de Camboya, el país con más fosas comunes y desaparecidos del mundo?
El libro puede civilizar a los emboscados que ven el franquismo con buenos ojos, pero creo que no termina de ayudar a acercarnos a la barbaridad que nos pasó. Decía Habermas, cuidado con esos hombres justos que dicen “la mitad de culpa para Hitler y la otra mitad para los judíos”. Hay que revisar de manera objetiva todos los errores cometidos por la izquierda durante todo el siglo XX –de lo contrario, lo hace la derecha por lo general mintiendo-, pero el lugar para hacerlo no es la equidistancia. Los crímenes de Stalin no se explican desde los crímenes de Hitler ni viceversa. Son argumentos que confunden. El libro de Pérez Reverte puede ayudar al debate. Si es así, bienvenido. Sólo tienen miedo a debatir sobre la guerra civil los que ven algún tipo de beneficio en el silencio. Es hora de convertir los monólogos en diálogos.
Quizá precisamente por esa mirada no tan amarga sobre nuestro pasado, la mirada sobre nuestra democracia de Pérez Reverte es demasiado dulce. “A la muerte del dictador, España se convirtió en una monarquía parlamentaria por decisión personal del rey Juan Carlos, padre del actual monarca y nieto del exiliado Alfonso XIII”. El que trajo la dictadura de Primo de Rivera y apoyó a Franco posteriormente. “Juan Carlos I volvió a legalizar los partidos políticos, procuró la reconciliación nacional, liquidó el régimen franquista y devolvió a España la democracia”. Soy de los que piensan que la democracia la trajeron los que se la jugaron para traerla. No el Rey, que fue nombrado sucesor del dictador por el propio Franco en 1969. El rey, a la muerte de su mentor, nombró a Arias Navarro Presidente. De manera que el último Presidente de la dictadura fue el primer Presidente de la democracia. Luego, cuando la cosa se le iba de las manos al Rey puso a Suárez. Más tarde no dudó en dejarle caer cuando le interesó.
El CDS, partido que fundó Suárez tras la implosión de la UCD, no cosechó sino fracasos. Todos le dejaron de lado. Aunque más tarde, con Suárez ya rehén del Alzheimer y sin acordarse de que había sido Presidente, se fotografiara el Rey con él para intentar imbuirse de su fama reconstruida. Son comportamientos de doble moral. Igual que su hijo, que inaugura en París una placa a La Nueve, los republicanos españoles que fueron los primeros en entrar a liberar París en 1944 –Pérez Reverte los cita con mucho respeto-, pero no lo hace en España.
En definitiva, podríamos decir que estamos ante un libro para el país real, ese donde Esperanza Aguirre o José María Aznar no piensan hoy muy diferente de lo que pensarían en 1936. Pero es un libro que no dirige los esfuerzos a construir una democracia de alta densidad. Esa que pasa por romper con la impunidad del franquismo y con la memoria selectiva a la que nos obliga “el precio de la transición”. Por ejemplo, el hecho de que un defensor acérrimo del franquismo, un ministro de la dictadura que firmó el enterado en sentencias de muerte, la persona que justificó el asesinato de Julián Grimau o Enrique Ruano (estudiante lanzado por la guardia civil franquista por una ventana), sea uno de los firmantes de nuestra Constitución y fundara el partido que está vaciando nuestra democracia. La apuesta es, en cualquier caso, clara: sigamos debatiendo. Y el libro de Pérez Reverte nos invita a ello.

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