sábado, 11 de abril de 2015

OBVIOUS MAGAZINE - 10 DE ABRIL DE 2015

OBVIOUS - Escolhas do editor‏

OBVIOUS - Escolhas do editor

obvious magazine (noreply.obviousmagazine@gmail.com)
 
 
10-04-2015
 
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Para: antoniofonseca1940@hotmail.com
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amor genuíno

por Rita L.M. em Apr 10, 2015 12:20 pm   share on Twitter Like amor genuíno on Facebook Google Plus One Button

Há tempos, muitos escrevem sobre o amor; tarefa difícil, pois sempre faltam palavras para expressá-lo. Mas onde e como começa tal sentimento?! Mantê-lo é possível?

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Ética no jornalismo: será que tem jeito?

por Thais Moraes em Apr 10, 2015 06:00 am   share on Twitter Like Ética no jornalismo: será que tem jeito? on Facebook Google Plus One Button

Sobre ética no jornalismo, sobre como deveria ser e sobre como na verdade é

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afinal, a internet está nos deixando mais burros?

por Bruna Testi em Apr 10, 2015 05:50 am   share on Twitter Like afinal, a internet está nos deixando mais burros? on Facebook Google Plus One Button

As novas tecnologias e a internet estão transformando a nossa mente. Estaríamos nos adaptando, nos acomodando ou à beira de um grande colapso?

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o que faltava em mim (primeira parte)

por Carlos Mion em Apr 10, 2015 05:50 am   share on Twitter Like o que faltava em mim (primeira parte) on Facebook Google Plus One Button

De tantas feridas vividas, fossem elas merecidas ou não, tudo aquilo começou a confluir e originar um caos dentro dela. Não era fraca, estava fraca. Tão fraca que não conseguia reconhecer-se. Seu julgamento próprio foi monopolizado por uma voz que só ela ouvia. Voz carrasca e destruidora. Precisava muito descobrir o que faltava nela. 
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encontre reflexões e epifanias com o álbum de vance joy

por Amanda Scarabello em Apr 10, 2015 05:50 am   share on Twitter Like encontre reflexões e epifanias com o álbum de vance joy on Facebook Google Plus One Button

Já conhece as músicas de Vance Joy? Se ainda não, garanta alguns minutos do seu tempo para se aprofundar nas filosofias e reflexões que suas letras podem fazer com os nossos pensamentos.

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amizade madura – É possível fazer novos amigos depois de adulto?

por Lara Vascouto em Apr 09, 2015 06:00 am   share on Twitter Like amizade madura – É possível fazer novos amigos depois de adulto? on Facebook Google Plus One Button

Entre as muitas mudanças que ocorrem conforme ficamos mais velhos, uma parece pouca discutida: a dificuldade em fazer novos amigos.

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a inveja: a mais desengonçada das sete irmãs capitais

por Sílvia Marques em Apr 09, 2015 06:00 am   share on Twitter Like              a inveja: a mais desengonçada das sete irmãs capitais on Facebook Google Plus One Button

Este artigo objetiva analisar pessoas que disfarçam a inveja por meio da soberba.

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foxfire: a violência que nasce da utopia feminina

por Priscila Pasko em Apr 09, 2015 06:00 am   share on Twitter Like foxfire: a violência que nasce da utopia feminina on Facebook Google Plus One Button

As integrantes da Foxfire querem ser ouvidas. Há o sentimento de revolta que não encontra resposta em uma sociedade na qual a mulher é relegada

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crime: criança favelada

por Daniele Olimpio em Apr 09, 2015 06:00 am   share on Twitter Like crime: criança favelada on Facebook Google Plus One Button

Quantas pessoas vão precisar ser mortas, para que você as veja? Quantas crianças mexendo no celular em um beco vão precisar ser mortas pela polícia, para que você se comova? Quem, além do filho do governador, vai precisar ser morto, para que você sinta tristeza ou pesar?

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as três afinidades essenciais para um relacionamento afetivo

por Sílvia Marques em Apr 09, 2015 06:00 am   share on Twitter Like        as três afinidades essenciais para um relacionamento afetivo on Facebook Google Plus One Button

Este artigo visa diferenciar afinidade emocional de afetiva.

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vamos vida, me surpreenda!

por Carolina Vila Nova em Apr 09, 2015 06:00 am   share on Twitter Like vamos vida, me surpreenda! on Facebook Google Plus One Button

Para que a vida possa mesmo nos surpreender, devemos estar abertos para isso!

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religião: ainda é possível torná-la humanizadora para aproximarmos de deus?

por Carlos Beloto em Apr 09, 2015 06:00 am   share on Twitter Like religião: ainda é possível torná-la humanizadora para aproximarmos de deus?  on Facebook Google Plus One Button

Na verdade, se fizermos uma leitura mais abrangente, perceberemos que a religião só causou grandes problemas quando ela se apropriou de um discurso hierárquico e patriarcal e, consequentemente, justificou práticas de opressão. Desta maneira, ao formarem-se grupos que tinham o poder econômico, político e intelectual, dentro das religiões, que passaram a ser instrumentos de controle e manutenção de poder, diversas facções religiosas assumiram, estrategicamente falando, um grande papel ideologizante.

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tem um estranho na sua cama!

por Ana Macarini em Apr 09, 2015 06:00 am   share on Twitter Like tem um estranho na sua cama! on Facebook Google Plus One Button

Você acorda depois de algumas horas de sono, não todas, não o suficiente, e leva algum tempo para o seu cérebro se adaptar à vigília. Você abre os olhos. As pupilas dilatadas levam um tempo para reconhecer os contornos do ambiente. Uma inspiração mais profunda faz você reconhecer o aroma dos lençóis e o perfume do seu cabelo lavado antes do jantar. Você está em casa. É a sua casa. Aquele lugar onde você se sente seguro, à vontade, confortável, confortado. Mas... Tem alguém do seu lado na cama... 

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vídeo de 1964 onde arthur c. clarke antecipa o surgimento da internet

por Caroline Barrueco em Apr 09, 2015 06:00 am   share on Twitter Like vídeo de 1964 onde arthur c. clarke antecipa o surgimento da internet on Facebook Google Plus One Button

"Os autores de ficção científica são responsáveis por preparar as pessoas para que elas aceitem o futuro sem dor, encorajando, assim, a flexibilidade das mentes." (Arthur C. Clarke)

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um dia, ouvindo nina simone, entrei no estranho mundo do shock rock. e voltei correndo

por Ricardo Scarelli em Apr 09, 2015 05:30 am   share on Twitter Like um dia, ouvindo nina simone, entrei no estranho mundo do shock rock. e voltei correndo on Facebook Google Plus One Button

Como uma simples pesquisa sobre covers me transportou para universos tão distintos da música. E posso assegurar: foi algo fascinante.

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romeu e julieta de um ângulo que você ainda não viu

por Gilmara Barros em Apr 08, 2015 06:50 am   share on Twitter Like romeu e julieta de um ângulo que você ainda não viu on Facebook Google Plus One Button

Um ângulo paradoxal. Tão singular, mesmo com toda a multiplicidade que existe. Toca o interior, supostamente intocável. Mexe peculiarmente com a idiossincrasia dos homens.

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500 dias com ela: o amor sem idealizações

por Bruno Inácio em Apr 08, 2015 06:50 am   share on Twitter Like 500 dias com ela: o amor sem idealizações on Facebook Google Plus One Button

Fugindo do clichê, filme mostra que nem todas as histórias de amor podem ter um final feliz

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os 100 anos de billie holiday e a tragédia de uma diva

por Homero Nunes em Apr 08, 2015 06:50 am   share on Twitter Like os 100 anos de billie holiday e a tragédia de uma diva on Facebook Google Plus One Button

Espancada desde a pequena infância, filha de um casal de adolescentes e da miséria, violentada e quase estuprada aos 10, reformatório católico por causa disto, estuprada aos 12, prostituída, presa por prostituição, presa por drogas, marcada à pele pelo racismo, sofrida, mal amada, incompreendida e, apesar de tudo ou por causa de tudo, Billie Holiday se tornou a maior diva da história do Jazz.

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ginger baker - batuque negreiro

por Guilherme Espir em Apr 08, 2015 06:50 am   share on Twitter Like ginger baker - batuque negreiro on Facebook Google Plus One Button

A bateria branca tem compasso, a negra tem batimento entrelaçado com o ritmo do seu peito e da música, mas só a do Ginger Baker que mistura tudo e ainda fecha a cena com um tiro de Jazz.

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paris noir

por Celso Bressan em Apr 08, 2015 06:40 am   share on Twitter Like paris noir on Facebook Google Plus One Button

Uma pessoa poderia ver Paris através dos seus famosos pontos turísticos; outra, poderia se encantar com Paris visitando seus famosos restaurantes e apreciando o seu lado gourmet, sua arquitetura, sua História, seu amor, seu povo... Eu estou apreciando de uma maneira um tanto escura, não escura no sentido pesado da palavra, mas vendo Paris apenas com tonalidades monocromáticas.

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esta é sua vida e ela está acabando,um minuto por vez

por Fabiano Carlos em Apr 08, 2015 06:40 am   share on Twitter Like esta é sua vida e ela está acabando,um minuto por vez on Facebook Google Plus One Button

Vivemos em um mundo que não cabe o presente e as sensações são substituídas por impulsos elétricos de um mundo on-line. Nossa zona de conforto está bem alicerçada, cercada e passa bem, obrigado. Bem-vindo a era da procrastinação de sensações.

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lobato foi aos brasis

por Mylena D'Queiroz em Apr 08, 2015 06:30 am   share on Twitter Like lobato foi aos brasis on Facebook Google Plus One Button

"A lição maior de Lobato é a sua própria e tumultuosa riqueza humana. Creio mesmo que dentro de vinte anos ele estará incluído nos manuais de história e cultuado na memória do povo, como uma espécie de herói civil da literatura."
Drummond

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defina família e aprenda a respeitá-la

por Márcia Carvalho em Apr 08, 2015 06:30 am   share on Twitter Like defina família e aprenda a respeitá-la on Facebook Google Plus One Button

Com tanto a mudar, com tanto a fazer, com tantas lutas a vencer, com tantos exemplos negativos de intolerância por ai, ainda querem nos dizer como devemos amar, como devemos viver. 

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quando chega ao fim - uma crônica sobre o término saudável

por Jenifer Severo em Apr 08, 2015 06:30 am   share on Twitter Like quando chega ao fim - uma crônica sobre o término saudável on Facebook Google Plus One Button

A separação dói. Dói ainda que não haja mais resquícios de amor ou cumplicidade. Deixar para trás uma vida construída a dois para seguir vivendo só, reformulando os sonhos, replanejando as metas e reinventando-se, não é das tarefas mais fáceis.

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manifesto de um jovem farto da máquina do século xxi

por Diogo Costa Leal em Apr 08, 2015 06:30 am   share on Twitter Like manifesto de um jovem farto da máquina do século xxi on Facebook Google Plus One Button

O último texto que publico no Obvious, a quem agradeço o espaço concedido para as partilhas que aqui fiz. Agradeço também a todos os leitores. Porque escrevo para o mundo. Só na comunicação alguma coisa mudará.

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ANTÓNIO FONSECA



OBSERVADOR - MACROSCÓPIO - 10 DE ABRIL DE 2015

Macroscópio – O frenesim das presidenciais, e notas sobre quem quebrou um silêncio insuportável‏

Macroscópio – O frenesim das presidenciais, e notas sobre quem quebrou um silêncio insuportável

Para: antoniofonseca40@sapo.pt



Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!

 
 
Abril está a ser o mês dos candidatos presidenciais. Já esta semana dediquei um Macroscópio aos primeiros candidatos e proto-candidatos, mas vejo-me obrigado a regressar ao tema, pois as notícias sucedem-se. Por um lado, há mais um candidato assumido: Paulo Morais. Por outro lado, não cessam as ondas de choque provocadas por uma candidatura que ainda não o é, a de António Sampaio da Nóvoa, com este a ser obrigado a vir a público, num debate onde estava presente um dos seus críticos, Francisco Assis, que “Não sou independente de nada. (…) Não me considero menos político por não estar dentro de um partido”.Finalmente hoje, já ao final da tarde, ficámos a saber pela voz do próprio – que finalmente desfez o tabu – que António Guterres “não é candidato a ser candidato”. Curiosamente fê-lo em inglês, numa entrevista à Euronews que o Expresso reproduziu em exclusivo.
 
Comecemos por Paulo Morais – e pelo que sabemos do seu pensamento político. Dois órgãos de informação, o Observador e a Renascença, foram ler os muitos textos que tem publicado na imprensa. Vejamos o que escreveram.
 
No Observador, Helena Pereira, em Paulo Morais e a corrupção: Quem ele já acusou e de quê, onde se notava que nenhuma das denúncias que começou por fazer quando entrou na vida política, como vice-presidente de Rui Rio na Câmara Municipal do Porto, cargo que abandonou pouco tempo depois, “deu origem à abertura de um processo pelo Ministério Público.” Isto apesar de ter dito coisas muito claras, nomeadamente que “O povo português foi roubado em 4 milhões só naquele negócio” (o da compra de um terreno do Salgueiros pela empresa do Metro do Porto).
 
Já na Renascença, no trabalho de João Carlos Malta Paulo Morais sobre Passos, Sócrates e a corrupção, sempre a corrupção, faz-se sobretudo uma recolha de citações sobre vários temas – política e políticos, Passos Coelho, Durão e Portas, Sócrates, campanhas eleitorais… – para notar, por exemplo:
Da direita à esquerda, Morais não deixa de "malhar" em quem entra no seu radar da corrupção, não teme nomear quem critica. Muitas vezes e, como confidenciou ao "Jornal de Notícias" em 2008, isso fá-lo sentir um "D. Quixote". A versão quixotesca vale-lhe também algumas críticas, como o episódio em que se disponibilizou a enviar à comissão de inquérito a lista dos beneficiários de empréstimos do BES Angola, que alegava ter em seu poder. Mas tudo o que fez chegar aos deputados foi uma lista, com 15 nomes, feita por ele próprio, num papel timbrado com o símbolo da Associação Transparência e Integridade, sem qualquer documento oficial de suporte. 
 
Uma primeira reacção à candidatura de Paulo Morais foi a de Ricardo Costa no Expresso Diário de ontem (reservado a assinantes): Paulo Morais, bem vindos à segunda-volta. Nesse texto defende a ideia de que a multiplicação de candidatos a que estamos a assistir torna muito provável uma experiência que, em eleições presidenciais, só tivemos uma vez, em 1986: nenhum dos candidatos reunir logo à primeira mais de 50% dos votos. Eis o que escreve: “Só o tempo dirá se tenho ou não razão nas minhas contas. Mas o histórico das mais recentes presidenciais (Alegre 2006, Nobre 2011), das autárquicas e das europeias mostram claramente que, a par de uma brutal abstenção, há cada vez mais gente disposta a votar contra o atual sistema partidário e/ou em candidatos verdadeiramente independentes. Não são votos suficientes para uma vitória, longe disso. Mas chegam e sobram para ocupar um espaço que impede os blocos naturais de resolver uma eleição desta natureza numa primeira volta.”
 
Mas se sobre Paulo Morais pouco mais se escreveu, sobre Sampaio da Nóvoa continuam a suceder-se as tomadas de posição. Uma das mais significativas foi a de Francisco Assis, no Público de ontem, num texto onde defendia Jaime Gama, o nome mais adequado para a Presidência (um Jaime Gama que, definitivamente, não será candidato). Escrevia ele sobre Nóvoa: “Na sua retórica vislumbra-se uma tendência para a proclamação abstracta de valores algo etéreos e descortina-se ainda uma vontade de intervenção não inteiramente adequada à natureza da função presidencial. Causaram-me especial preocupação algumas considerações formuladas acerca do projecto europeu, se bem que as mesmas não permitam ainda, pela sua relativa incipiência, a retirada de conclusões definitivas.”
 
No Correio da Manhã, João Pereira Coutinho, também voltou ao tema de Nóvoa, em Não há salvação: “Espanha tem o seu Podemos. A Grécia tem o seu Syriza. Nós não temos nada, excepto o velho centrão de sempre que se mantém firme e hirto. Tirando os delírios de Soares e Alegre, duas almas que deviam saber alguma coisa de presidenciais por experiência recente e humilhante, as eleições ganham-se ao centro, não nos extremos. Se António Costa não perceber isto, nem a imprensa hagiográfica que o leva ao colo o salvará.”
 
Mas talvez a frase mais dura seja a de Vasco Pulido Valente, no Público de hoje, em O homem que não existe: “O sr. Sampaio da Nóvoa, à sua maneira, anuncia o fim da ordem democrática que nasceu em 25 de Novembro de 1975. Nunca antes uma personagem do regime (e muito menos uma dúzia de “senadores”) nos tinha sugerido que votássemos numa criatura que não existe. O sr. Sampaio da Nóvoa, aos 60 anos, não pode apresentar um único acto político de consequência. Teoricamente, é igual votar nele ou votar num boneco fabricado pelos partidos, excepto que o boneco talvez fosse mais modesto e mais consciente do seu embaraçoso estatuto. Só um país sem espécie de vergonha levaria esta fantochada a sério.”
 
Deixemos agora as presidenciais e passemos a um outro tema que nos deveria ter merecido mais atenção: o massacre de 148 jovens cristãos na Universidade de Garissa, no Quénia. É um tema que Raquel Abecasis e Rui Tato Lima tratam hoje, respectivamente na Renascença e no Observador, tomando como ponto de partido a mensagem de Páscoa de David Cameron (que pode ser vista aqui, com legendas em português).
 
Raquel Abecasis, da RR, em Europa velha e caduca, notou que, “Aparentemente, de todos os líderes do mundo ocidental, só o primeiro-ministro britânico tem a lucidez de perceber que isto [o massacre] é de tal forma grave que justifica uma mensagem ao seu país, explicando que ao atacar estes cristãos é a todos nós que estas forças estão a atacar. Os outros líderes europeus continuam a preferir viver na ilusão de que a afirmação do laicismo dos nossos estados nos protege desta ameaça. Pura ingenuidade.”
 
Já Rui Tato Lima, um jovem licenciado em ciência política a viver em Genebra, em Um discurso de Páscoa realmente diferente, faz um apelo: “Seria fundamental que a atitude de Cameron fizesse escola junto dos restantes líderes Ocidentais, que Europa e EUA se unissem para por termo à barbárie. Muitos dirão que as palavras de Cameron não passam disso mesmo, palavras. Contudo, creio haver motivos para esperança. É possível discursos não levarem a qualquer acção, mas em política é difícil conceber acções sem um prévio enquadramento que as justifique. Cameron já deu esse passo.”
 
Partindo de um posicionamento político muito diferente, e sem qualquer referência a Cameron, Daniel Oliveira também escreveu no Expresso sobre a forma como olhámos (ou não olhámos) para este massacre na Europa. Em Somos Charlie, não somos um cristão em Garissa (link só para assinantes), julgo que põe o dedo na ferida: “As datas que o mundo tem de decorar são as nossas: 11 de março, 11 de setembro, 7 de janeiro. Em que dia 148 jovens cristãos foram escolhidos e executados numa residência universitária Garissa? Imaginem se fosse em Roma, em Paris, em Madrid, em Londres. Os canais de todo o mundo, em diretos permanentes, a contar cada detalhe. Imaginem como esperaríamos que o mundo todo, de Manila a Nova Iorque, do Cairo a Maputo, fizesse coro connosco e dissesse: nunca mais! Mas foi em Garissa.”
 
Deixei para o fim uma nota pessoal e uma chamada de atenção importante. A nota pessoal é sobre a morte do jornalista Tolentino da Nóbrega e o texto que sobre ele escreve hoje no Público Francisco Teixeira da Mota: Tolentino de Nóbrega: um jornalista de corpo inteiro. É um texto que diz tudo o que de importante há a dizer sobre aquele profissional com quem trabalhei, no Público, quase duas décadas. É também um texto que me recorda as vezes que eu, ele e Teixeira da Mota estivemos juntos no Tribunal do Funchal por eu ter chamado, num editorial, “tiranete” a Alberto João Jardim. Mas eu estava longe, ele estava sempre lá. E a verdade é que “Ser correspondente de um jornal do continente, mas, sobretudo, do Público na Madeira de Alberto João Jardim não era fácil. O Tolentino foi discriminado, perseguido e ameaçado. De formas sérias e graves, mas também de formas saloias e mesquinhas como, muitas vezes, era característico do cacique regional e seguidores.”
 


A chamada de atenção importante, e que é um encerramento com chave de ouro deste Macroscópio “de fim-de-semana”, é a referência ao indispensável trabalho que Maria João Avilez fez para o Observador sobre a forma como as nossas elites estão a olhar para o próximo ciclo eleitoral. A sua publicação iniciou-se há quase uma semana e integrou um conjunto de cinco textos: uma introdução pela autora, Legislativas e presidenciais: Como vão decidir as elites, onde nota que estas “Querem”estabilidade política”, condição sine qua non de quase tudo e querem “compromissos”; evocam a “consolidação orçamental” (cujo “preço” é porém aqui objeto de olhares opostos); têm uma aguda consciência da "importância da Europa” e do lugar que ela ocupa no nosso futuro coletivo”; e quatro textos onde se reuniram os depoimentos de personalidades tão distintas como Rui Vilar, Daniel Bessa, Daniel Proença de Carvalho, académicos e intelectuais como Francisco Veloso, Ricardo Reis, João Cardoso Rosas ou jovens com pouco mais de vinte anos como o premiado escritor Afonso Reis Cabral ou o empreendedor social Diogo da Silva, banqueiros como José Maria Ricciardi, empresários como Luís Portela ou Pedro Ferraz da Costa, diplomatas como Vasco Valente, embaixador jubilado, protagonistas culturais como António Lamas - presidente do CCB -, Guta Moura Guedes – presidente da Experimenta Design -, ou António Felipe Pimentel – diretor do Museu Nacional Arte Antiga ou mesmo gestoras como Vera Nobre da Costa ou Isabel Vaz, presidente da Comissão Executiva do Grupo Luz Saúde. Aqui ficam as ligações para esses quatro textos: “Precisamos de uma maioria sólida e credível. E de relançar o investimento produtivo”“O Estado Social jamais poderá ser preservado sem novos mecanismos de seletividade”;“Precisamos de heróis. O sucesso depende mais de outros do que de nós próprios” e “O discurso de ‘sol na eira e a chuva no nabal’ é inaceitável”. Aqui fica também a minha forte sugestão: arranje tempo durante o fim-de-semana para (se ainda não o fez) ler estes textos, que são importantes, inteligentes e incluem muitas pistas que estimulam a nossa reflexão.
 
E por hoje é tudo. Despeço-me até segunda-feira, desejando-vos bom descanso, boas leituras e um fim-de-semana o mais agradável possível.
 
 
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