domingo, 3 de julho de 2022

ALFREDO KEIL - COMPOSITOR DE "A PORTUGUESA" - HINO NACIONAL PORTUGUÊS - NASCEU EM 1850 - 3 DE JULHO DE 2022

 

Alfredo Keil

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Alfredo Keil
Nascimento3 de julho de 1850
Lisboa
Morte4 de outubro de 1907 (57 anos)
Hamburgo
NacionalidadePortuguês
CidadaniaPortugal
OcupaçãoCompositorpintorpoetaarqueólogo e coleccionadorpiano
Principais trabalhosA Portuguesa
Obras destacadasA Portuguesa
Assinatura
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Alfredo Cristiano Keil (Lisboa3 de julho de 1850 — Hamburgo4 de outubro de 1907) foi um compositorpintorpoetaarqueólogo e coleccionador de arte português. Keil é conhecido como o compositor do hino nacional português (A Portuguesa).

Vida e obra

Alfredo Cristiano Keil era filho do alfaiate Hans-Christian Keil (mais tarde João Cristiano Keil) e da alsaciana Maria Josefina Stellflug, ambos de origem alemã e radicados em Portugal. A sua educação básica deu-se igualmente na Alemanha, berço do romantismo. Esta foi, talvez, uma das razões pelas quais o artista seguia a reboque das novas tendências, já estabelecidas na Europa.[1]

Estudou desenho e música em Nuremberga, numa academia dirigida pelo pintor Wilhelm von Kaulbach e August von Kreling. Em 1870, devido à guerra Franco-Prussiana, regressa a Portugal. Em 1890, o ultimato inglês a Portugal ofereceu a Alfredo Keil a inspiração para a composição do canto patriótico "A Portuguesa", com versos de Henrique Lopes de Mendonça.[1] A cantiga tornou-se popular em todo o país e seria mais tarde feita hino nacional de Portugal - A Portuguesa.

Fez parte da Maçonaria, sendo iniciado em 1893 na Loja Gomes Freire do Grande Oriente Lusitano Unido com o nome simbólico de Meyerbeer. [2]

Pintor do romantismo, numa época em que a arte mundial ia em direcção do realismo. Músico e compositor lírico, escritor e poeta, Keil não era um pintor de tempo integral, embora também não fosse um artista de fins-de-semana, pois pintava regularmente e deixou centenas de quadros com impressão fina e delicada, de excelente qualidade.

Em Portugal, sua presença como pintor foi ofuscada pelo brilhantismo com que se destacou na música e na poesia. Foi na música, sobretudo, que ele obteve seu maior sucesso, havendo composto o hino pátrio A Portuguesa.[1] Sua mais conhecida composição, todavia, foi a Marcha Fúnebre. E, entre os livros que publicou, destaca-se «Tojos e Rosmaninhos». purl.pt (poesias, 1908), obra tríplice inspirada nas lendas e tradições de Ferreira do Zêzere, concelho no qual, a partir da famosa Estalagem dos Vales (uma espécie de Barbizon Portuguesa), Keil, José Campas, José Ferreira ChavesTeixeira Lopes, Taborda (actor), António Saúde, Simões de Almeida, o próprio rei D.Carlos I e muitos outros artistas do final do século XIX frequentavam esta paragem.[1]

O artista morreu em Hamburgo (Alemanha) em 4 de outubro de 1907.

Como pintor

Ver artigo principal: Lista de pinturas de Alfredo Keil

Era um pintor de paisagens, mas também de interiores requintados, como o quadro Leitura de uma Carta, trazido a público em 1874 e recebido com entusiasmo,[1] tanto pela aristocracia ainda dominante, como pelos burgueses endinheirados, a quem a arte singela do romantismo sensibilizava mais fortemente.

O seu trabalho encontrou e conquistou um apreciável segmento do mercado. Em 1890, realizou uma exposição individual em Lisboa, bastante concorrida, na qual expôs cerca de trezentos quadros. Foi a consagração em seu país, após o reconhecimento que lhe fora dado por outros países.

Em 1878, inscreveu-se na Exposição Internacional de Paris; em 1879, esteve no Brasil, expondo no Salão Nacional de Bellas-Artes, onde conquistou medalha de ouro; em 1886, participou da Exposição de Madrid, recebendo a Condecoração da Ordem de Carlos III de Espanha.

Como compositor

Como compositor, ganharam destaque as óperas Donna Bianca (1888), Irene (1893) e Serrana (1899), esta considerada até então a melhor ópera portuguesa.

Alfredo compôs a música de A Portuguesa, o hino nacional, em 1891,[3] com letra do poeta e dramaturgo Henrique Lopes de Mendonça, aprovada em 1911, após a proclamação da República no ano anterior. Ironicamente, ele tinha morrido exatamente três anos antes do primeiro dia da Revolução.[4]

Encontra-se colaboração da sua autoria na revista Serões [5] (1901-1911).

Como escritor

Keil interessa-se também pelo coleccionismo, arqueologia, etnografia e pela actividade literária. Publica Breve notícia dos instrumentos de Música antigos e modernos da Colecção Keil (em 1904), Colecções e Museus de Arte em Portugal (em 1905) e Tojos e Rosmaninhos, uma colectânea de poesias ilustrada pelo artista (em 1908).[6]

Família

Casou-se com Cleyde Maria Margarida Cinatti, filha de pais italianosGiuseppe Luigi Cinatti (filho de Luigi Cinatti e esposa Maria Nicolina …) e esposa Margherita Rivolto (filha de Giacomo Rivolto e esposa Margherita Sertorio) e teve quatro filhos (Joana, Guida, Luís e Paulo):

  • Joana Maria Francisca Cinatti Keil
  • Guida Maria Josefina Cinatti Keil, casou primeiro com Jaime Raul de Brito Carvalho da Silva, têm dois filhos, e casou segunda vez como Francisco Coelho do Amaral Reis, 1º Visconde de Pedralva em 1904 (Sátão, Águas Boas, 3 de agosto de 1873 – 5 de abril de 1938), 100.º governador de Angola entre 1920 e 1921, filho de José Caetano dos Reis e esposa Lucrécia Coelho do Amaral, e teve apenas um filho, o arquitecto Francisco Keil do Amaral:
Jazigo da família Keil, no Cemitério dos Prazeres, onde se encontra sepultado Alfredo Keil.
    • Maria Sara Keil Carvalho da Silva
    • Eduardo Alfredo Keil Carvalho da Silva, casou com Dolores dos Santos Mendes, de quem tem três filhos:
      • Eduardo Artur Mendes Keil Carvalho da Silva
      • Guida Maria Mendes Keil Carvalho da Silva, teve três filhos naturais, um de Morais Marques e dois de Teixeira:
        • Inês Raquel Carvalho da Silva Morais Marques
        • Tito Carvalho da Silva Teixeira
        • Erica Carvalho da Silva Teixeira
      • Carlos Eduardo Mendes Keil Carvalho da Silva
    • Francisco Keil do Amaral
  • Luís Cristiano Cinatti Keil (1881–1947)
  • Paulo Henrique Cinatti Keil

Bibliografia

  • Cascudo, Teresa (2001), "Alfredo Keil, compositor", in Catálogo da Exposição Alfredo Keil (1850-1907), Lisboa, IPPAR.
  • Cascudo, Teresa (2010), "Keil, Alfredo", in Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX, vol. 2, p. 673, Temas e Debates.
  • Rodrigues, António (2001), Fotobiografia de Alfredo Keil, Lisboa, IPPAR.

Ver também

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d e «Alfredo Keil»Infopédia. Consultado em 3 de outubro de 2012
  2.  Oliveira Marques, A. H. (1985). Dicionário da Maçonaria Portuguesa. Lisboa: Delta. p. 820
  3.  «Diário da Assembleia Nacional Constituinte - 1911»Assembleia da República. Assembleia da República. Consultado em 31 de agosto de 2010. Arquivado do original em 20 de maio de 2009
  4.  «Hino Nacional»Presidência da República Portuguesa. Página oficial da Presidência da República Portuguesa. 2010. Consultado em 26 de setembro de 2010
  5.  Rita Correia (24 de Abril de 2012). «Ficha histórica: Serões, Revista Mensal Ilustrada (1901-1911).» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 23 de Setembro de 2014
  6.  Joana Baião. «Alfredo Keil». Museu Nacional de Arte Contemporânea. Consultado em 10 de dezembro de 2018
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Ligações externas

SÃO TOMÉ, APÓSTOOLO - 3 DE JULHO DE 2022

 

Tomé, o Apóstolo

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Disambig grey.svg Nota: Para outras acepções, veja São Tomé (desambiguação). Para outras pessoas de mesmo nome, veja Dídimo.
São Tomé
São Tomé o Apóstolo, Diego Velázquez
ApóstoloMártir e Dídimo
NascimentoGalileia, na Palestina 
?
Mortepróximo a Madras (Índia
c. 72
Veneração porIgreja CatólicaIgreja OrtodoxaIgreja Anglicana e algumas Igrejas Protestantes
Principal temploBasílica de São Tomé (em Chennai, na Índia)
Festa litúrgica3 de julho
21 de dezembro (até 1925)[1]
AtribuiçõesGêmeos, seu dedo sobre as Chagas, lança (pelo martírio), esquadro (por sua profissão como pedreiro), vendas (por sua falta de fé).
Padroeirode arquitetos e da Índia, entre outros
PolêmicasEspecula-se muito de quem Tomé tenha sido irmão gêmeo, e alguns estudiosos chegam a supor que Tomé seja na verdade um pseudônimo atribuído a algum outro apóstolo, em vez de uma pessoa.
Gloriole.svg Portal dos Santos

São Tomé (ou TomásApóstolo foi um dos doze apóstolos originalmente escolhidos por Jesus, segundo os Evangelhos sinóticos (Mateus 10:3Marcos 3:18Lucas 6:15) e os Atos dos apóstolos, havendo pouco registro além.

Nome e identidade

Alguns teólogos têm mantido discordâncias a respeito da verdadeira identidade de São Tomé. Tomé ou Tomás não era propriamente um prenome, mas sim a palavra equivalente a gêmeo, vindo do aramaico Tau'ma (תום), e posteriormente traduzida para o grego Dídimo (Didymus). Essa palavra aparece composta com o prenome Judas nalguns trechos bíblicos. Muito se discute de quem esse Judas Tomé seria irmão gêmeo. Outros, inclusive, acreditam se tratar de Judas Tadeu, irmão de Tiago Menor, tendo-se confundido-o com uma terceira pessoa apenas porque seu nome teria aparecido com a alcunha Gêmeo algumas vezes em vez de Tadeu. Essa suspeita é reforçada por não haver um consenso histórico sobre quem seriam verdadeiramente os doze apóstolos, havendo indicativos no Novo Testamento sobre outros possíveis seguidores escolhidos por Jesus para ser um dos doze.

Fato é que a tradição católica e ortodoxa, bem como fortíssimos indícios indianos dos católicos nativos de Malabar, apoiam a existência deste apóstolo, sua missão evangelizadora e seu martírio. De fato, no século XVI os portugueses que chegaram à região disseram ter descoberto a cripta do santo, suas relíquias e, inclusive, um pedaço de uma das lanças com as quais fora morto com o sangue ainda coagulado. Acrescente-se a isto que todos os antigos martirológios mencionam a ida de São Tomé à Índia, sua pregação e seu martírio, transpassado por lanças empunhadas por hindus.[carece de fontes]

O Santo apostólicamente hoje reconhecido pela igreja, já foi alvo também e objeto de 'más especulações', e alguns ultrajes formais. Por tempos, era referido como um santo 'incrédulo', já que relata a sua narrativa histórica no contexto cristão, que "arrependeu-se amargamente e chorou, ao conferir com seus próprios olhos, as chagas abertas de Cristo".

Por isto, era tatado como "O Santo Incrédulo do Senhor", ou, "Aquele que necessitava "Ver para Crer".

Tal ato, era inaceitável por muitos ortodóxicos e pelas igrejas contextuantes da época, porém, como relatam os evangelhos, foi Cristo quem o escolheu, e o chamou de Apóstolo.

Outros rumores, tratam também esta questão da 'incredulidade' do santo, como um caso em que o santo provavelmente, estaria sendo alvo, 'obcecado' e 'persuadido' por espíritos das trevas (que não provinham de Deus), e que o cercavam, torturavam e o cegavam, cotidianamente, reduzindo sua fé, tanto que, muito provavelmente por esta razão, Cristo após ressucitado, apareceu-lhe, e concedeu-lhe a "graça" de "crer", consolando-o ao lhe dizer: "Pois, são Bem-aventurados os que creram, sem ter visto!"

Diz-se que deste instante, São Tomé passou a crer, e não duvidou mais.

Daí também a importância em buscarmos enxergar bem as situações, perto ou longe, e o êxito em conceituar a advertência cristã que diz: "Quem tem olhos para ver, veja!".

Um fato recente e muito curioso também, foi quando após o tsunami de dezembro de 2004 que devastou toda aquela região: o templo que guarda suas supostas relíquias ficou imune às ondas gigantescas que destruíram todas as construções adjacentes, tendo permanecido intacto. Uma antiga tradição afirmava que um poste fixado pelo apóstolo limitaria até o fim dos tempos as águas, que jamais o ultrapassariam. Este poste existe até os dias atuais e se localiza exatamente na porta principal da igreja que guarda suas supostas relíquias. Isto deixou os sacerdotes hindus desconcertados e os mesmos prometeram não mais perseguir e discriminar os cristãos daquelas plagas. [carece de fontes]

Outros nomes

Evangelho de Tomé presente na biblioteca de Nag Hammadi assim se inicia: Esses são os ditos secretos que o Jesus vivo disse e Judas Tomé Dídimo registrou. Tradições sírias também alegam que o nome completo do apóstolo era Judas Tomé, ou Jude Tomé. Alguns dizem ter visto nos Atos de Tomé (escrito na Síria oriental entre os séculos II e III) uma identificação de São Tomé com o apóstolo Judas Tadeu, irmão de Tiago. No entanto, a primeira frase desse Atos segue os Evangelhos e os Atos dos Apóstolos, distinguindo os apóstolos Judas Tomé e Judas Tadeu.

Poucos textos determinam o irmão gêmeo de Tomé, apesar de que, no Livro de Tomé o Adversário, parte dos manuscritos de Nag Hammadi, identifica-se Jesus como seu irmão: Agora, haja visto que foi dito ser tu meu gêmeo e verdadeiro companheiro, examina-te a ti mesmo.[2]

Tomé nos Evangelhos

No Evangelho de João

São Tomé aparece numas poucas passagens no Evangelho de João. Em João 11:16, quando Lázaro morre, os discípulos resistem à decisão de Jesus para que retornem à Judeia, onde os judeus tentaram apedrejar Jesus. O Mestre está determinado, mas é Tomé que toma a palavra final: "Vamos todos, pois poderemos morrer com Ele". Alguns interpretam isso como uma antecipação ao conceito teológico paulinista de "morrer com Cristo".

Ele também fala na Última Ceia, em João 14:5. Jesus assegura, a seus discípulos, que eles sabem aonde ele irá, mas Tomé protesta que eles não sabem de fato. Jesus retruca a ele aos pedidos de Filipe com uma complexa exposição de seu relacionamento com O Pai.

A aparição mais famosa de Tomé no Novo Testamento está em João 20:24-29, quando ele duvida da ressurreição de Jesus e afirma que necessita sentir Suas chagas antes de se convencer. Essa passagem é a origem da expressão "Tomé, o Incrédulo" bem como de diversas tradições populares similares, tal como "Fulano é feito São Tomé: precisa ver para crer". Após ver Jesus vivo, Tomé professa sua fé em Jesus; a partir de então ele é considerado "Tomé, o Crente".[3]

Da mesma forma que se acredita que Pedro e Paulo disseminaram as sementes do cristianismo pela Grécia e RomaMarcos pelo Egito e João pela Síria e Ásia Menor, Tomé teria levado a Palavra à Índia, tendo sido o primeiro dos Católicos Orientais. Como "prova" das passagens de São Tomé pelo mundo, são-lhe atribuídas formas e marcas em pedras que se assemelham a pegadas, algumas de tamanho gigantesco. É o caso, por exemplo, da lenda sobre a "pegada" no Pico de Adão.

Assunção de Maria

De acordo com A passagem de Maria, um texto da Alta Idade Média atribuído a José de Arimateia, Tomé foi a única testemunha da Assunção de Maria aos céus. Os outros apóstolos foram miraculosamente transportados a Jerusalém para observar sua morte. Tomé, que já estava na Índia, após o funeral fora transportado à tumba dela, onde testemunhou o corpo de Maria subir aos céus, jogando-lhe seu cinto. Numa inversão à imagem de ceticismo vinculada a Tomé, os outros apóstolos é que duvidaram de seu relato até verem a tumba vazia e o cinto.[4] O recebimento do cinto por Tomé é representado várias vezes na arte medieval e pré-Tridentina.

Síria

Tomé tem um papel na lenda do rei Abgar V de Edessa (Urfa), por ter enviado Tadeu de Edessa para pregar na cidade mesopotâmica (hoje síria) de Edessa após sua Ascensão.[5] Santo Efreu, que também conta essa lenda, escreveu uma fábula na qual o demônio grita:

(...) A qual terra devo me refugiar do justo?
Eu instiguei a Morte para os Apóstolos assassinar, e por suas mortes eu de suas investidas escapar.
Mas fui duramente atingido: o Apóstolo que matei em Índia subjugou-me em Edessa; aqui e lá ele está em sua plenitude.
Lá fui eu, e lá estava ele: aqui e lá para minha aflição o encontrei.[6]

A tradição mantida pela igreja de Edessa que afirma ser Tomé o Apóstolo da Índia gerou inúmeras fábulas também atribuídas a Santo Efreu, copiadas em códices dos séculos VIII e IX. Referências nas fábulas preservam a crença de que os ossos de Tomé foram trazidos da Índia a Edessa por um mercador, e que as relíquias operam milagres tanto em Índia quanto em Edessa. Um pontífice determinou o dia dedicado ao santo e um templo a ele foi erguido. As tradições tomasianas ganharam corpo na liturgia siríaca.

Durante o século IV, o memorial erguido no suposto local do martírio de Tomé atraiu peregrinos a Edessa, para a veneração de seus restos. Nos anos de 380, Santa Egeria descreveu sua visita ao local em carta enviada à sua irmandade (Itineraria Egeriae):

Nós chegamos em Edessa em nome de Cristo nosso Senhor, e, em nossa chegada, nos dirigimos diretamente à igreja e memorial de São Tomé. Lá, conforme os costumes locais, orações foram feitas e outras coisas costumeiras aos lugares santos; nós também lemos algo relevante a São Tomé em si. A igreja de lá é muito grande, muito bonita e recém-construída, merecedora de ser a casa do Senhor, e como havia muito que eu desejava ver, foi-me necessário lá permanecer por três dias.

Índia

Eusébio de Cesareia[7] cita Orígenes como quem afirma ter sido Tomé o apóstolo dos partos, mas Tomé é mais conhecido como missionário na Índia por meio dos Atos de Tomé, escritos em torno do ano 200.

As várias denominações da moderna da Igreja oriental dos Cristãos de São Tomé atribuem suas origens à sua tradição oral, datada de fins do século II, que alega ter Tomé chegado a Maliankara, próxima à vila de Moothakunnam, na região de Paravoor Thaluk, em 52. Esse vilarejo está localizado a 5 km de Kodungallur, no Estado indiano de Querala, e contém as igrejas dedicadas a São Tomé popularmente conhecidas como Ezharappallikal (Sete igrejas e meia). Essas igrejas estão em CranganorCoulãoNiranamNilackal (Chayal), KokkamangalamKottakkayal (Paravoor), Palayoor (Chattukulangara) e Thiruvithamkode – a meia-igreja.

América

Durante os primeiros séculos da colonização europeia na América, vicejou-se a lenda de que São Tomé teria miraculosamente vindo ao novo continente e estabelecido contato com os indígenas. Novamente, como "prova" da passagem do santo, diversos sinais tidos como pegadas seriam atribuídos a Tomé. Basicamente, a figura da mitologia indígena Sumé (um homem branco que teria visitado o continente americano em tempos pré-colombianos) foi identificada e fundida com São Tomé.

Segundo Sérgio Buarque de Holanda, em seu Visões do Paraíso, essa seria uma das poucas crenças relacionadas à América cuja origem se dá entre os portugueses, ao passo que os espanhóis teriam mitificado a América com a edenização, criando diversas lendas para "corroborar" essa ideia, como a terra das Amazonas e a fonte da juventude (Juventia). Para o autor, isso denotaria o caráter religioso da missão portuguesa e o caráter civilizatório da espanhola. Ainda segundo Holanda, a suposta falta de mitos relacionados à nova terra entre a população portuguesa denotaria sua falta de interesse pela América, mais interessada em extrair recursos das costas e concentrar esforços em benfeitorias mais lucrativas, na Índia e na África.

Referências

  1.  A festa de São Tomas na Igreja Católica foi movida de 21 de dezembro para 3 de Julho por forma a acomodar a de São Pedro Canísio, canonizado em 1925.
  2.  Turner, John D. The Book of Thomas Arquivado em 30 de janeiro de 2016, no Wayback Machine.(NHC II,7 138,7-138,12). Retrieved September 10, 2006.
  3.  Faith and Character of Apostle Thomas by Dr. Mathew Vellanickal and many other articles in St. Thomas Christian Encyclopaedia, ed. G. Menachery
  4.  The Passing of Mary
  5.  Eusébio, História Eclesiástica 1.13; III.1
  6.  Medlycott 1905, ch. ii
  7.  (Historia Ecclesiastica, III.1)

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