domingo, 13 de fevereiro de 2022

AGOSTINHO DA SILVA - FILÓSOFO - NASCEU EM 1906

 

Agostinho da Silva

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Agostinho da Silva
Agostinho da Silva, por Bottelho
Nome completoGeorge Agostinho Baptista da Silva
Nascimento13 de fevereiro de 1906
Porto
Morte3 de abril de 1994 (88 anos)
Lisboa
NacionalidadePortugal português
Ocupação
Magnum opus"Sete Cartas a um Jovem Filósofo"

George Agostinho Baptista da Silva GCSE (Porto13 de fevereiro de 1906 — Lisboa3 de abril de 1994) foi um filósofopoetaensaístaprofessorfilólogopedagogo e tradutor português. O seu pensamento combina elementos de panteísmomilenarismo e ética da renúncia, afirmando a Liberdade como a mais importante qualidade do ser humano. Agostinho da Silva pode ser considerado um filósofo prático empenhado, através da sua vida e obra, na mudança da sociedade. Passou considerável tempo de sua vida no Brasil.[1]

Biografia

Início

George Agostinho Baptista da Silva nasceu no Porto em 1906, tendo-se ainda nesse ano mudado para Barca d'Alva (Figueira de Castelo Rodrigo), onde viveu até aos seus 6 anos, regressando depois ao Porto, onde inicia os estudos na Escola Primária de São Nicolau em 1912, ingressando em 1914 na Escola Industrial Mouzinho da Silveira e completando os estudos secundários no Liceu Rodrigues de Freitas, de 1916 a 1924.[1]

Formação

Realizando um percurso académico notável e excecional, de 1924 a 1928 Agostinho da Silva fez Filologia Clássica, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo concluído a licenciatura com 20 valores. Em 1929, somente um ano depois de se licenciar, e quando contava apenas 23 anos, defendeu a sua dissertação de doutoramento a que deu o título O Sentido Histórico das Civilizações Clássicas, doutorando-se com louvor.

Depois disso começou a escrever para a revista Seara Nova, colaboração que manteve até 1938.

Em 1931 parte como bolseiro para Paris, onde estudou na Sorbonne e no Collège de France. Após o seu regresso em 1933, lecionou no ensino secundário em Aveiro até ao ano de 1935, altura em que foi demitido do ensino oficial por se recusar a assinar a Lei Cabral, que obrigava todos os funcionários públicos a declararem por escrito que não participavam em organizações secretas (e como tal subversivas). No mesmo ano, conseguiu uma bolsa do Ministério das Relações Exteriores de Espanha e foi estudar para o Centro de Estudos Históricos de Madrid. Em 1936 regressou a Portugal devido à iminência da Guerra Civil Espanhola.

Criou o Núcleo Pedagógico Antero de Quental em 1939, e em 1940 publicou Iniciação: cadernos de informação cultural.[2] Foi preso pela polícia política em 1943, abandonando o país no ano seguinte (1944) em direção à América do Sul, passando pelo Brasil, Uruguai e Argentina, no seguimento da sua oposição ao Estado Novo conduzido por Salazar.[1]

Brasil

Em 1947, instalou-se definitivamente no Brasil, onde viveu até 1969. Estabeleceu-se inicialmente em São Paulo e depois mudou-se para o Itatiaia, onde fundou uma comunidade. Em 1948, começou a trabalhar no Instituto Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro, estudando entomologia, e ensinando simultaneamente na Faculdade Fluminense de Filosofia. Colaborou com Jaime Cortesão na pesquisa sobre Alexandre de Gusmão. De 1952 a 1954, ensinou na Universidade Federal da Paraíba em João Pessoa e também em Pernambuco.

Entre 1944 e 1954, manteve um contacto estreito com Vicente Ferreira da Silva e sua esposa Dora Ferreira da Silva.

Em 1954, novamente com Jaime Cortesão, ajudou a organizar a Exposição do Quarto Centenário da Cidade de São Paulo. Um dos fundadores da Universidade Federal de Santa Catarina em Florianópolis, criou o Centro de Estudos Afro-Orientais e ensinou Filosofia do Teatro na Universidade Federal da Bahia, tornando-se em 1961 assessor para a política externa do presidente Jânio Quadros. Participou na criação da Universidade de Brasília e do seu Centro Brasileiro de Estudos Portugueses no ano de 1962 e, dois anos mais tarde, criou a Casa Paulo Dias Adorno em Cachoeira e idealizou o Museu do Atlântico Sul em Salvador da Bahia.[1]

Regresso a Portugal

Regressou a Portugal em 1969, após a doença e morte de Salazar e a sua substituição por Marcello Caetano, facto que deu origem a alguma abertura política e cultural no regime. Desde então continuou a escrever e a lecionar em diversas universidades portuguesas, dirigindo o Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade Técnica de Lisboa, e no papel de consultor do Instituto de Cultura e Língua Portuguesa (atual Instituto Camões).

A 12 de março de 1987, foi agraciado com o grau de Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.[3]

Em 1990, a RTP1 emitiu uma série de treze entrevistas com o professor Agostinho da Silva, denominadas Conversas Vadias. Uma delas, memorável, Conversa com Adelino Gomes, foi emitida em 1990. Conduzida por António Escudeiro, outra entrevista chamada Agostinho por si próprio, relativa ao estudo histórico sobre o culto do Espírito Santo,[4] foi publicada pela editora Zéfiro em 2006.

Morte

Faleceu no Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, no ano de 1994.

Vida pessoal

Era vegetariano.[5] Comia o menos carne possível (tal como diz numa das suas últimas entrevistas, concedida a Herman José). Não se sabe ao certo quantos filhos teve, mas foram mais que sete de acordo com o seu biógrafo António Cândido Franco.[6] A vida de boêmio que levou no Brasil muito contribuiu para que descuidasse as suas responsabilidades paternais, e o levasse a ter filhos que acabaram por ficar registados no bilhete de identidade com pai incógnito.

Posteridade

Um documentário sobre o próprio, intitulado "Agostinho da Silva: um pensamento vivo" (disponível no youtube), foi realizado por João Rodrigo Mattos e lançado pela Alfândega Filmes em 2004.

Agostinho da Silva é referenciado como um dos principais intelectuais portugueses do século XX. Da sua extensa bibliografia, destacam-se o livro Sete cartas a um jovem filósofo, publicado em 1945. Participa como colaborador em diversas publicações periódicas, nomeadamente nas revistas: 57[7] (1957-1962) e Princípio[8] (1930).

Obras

  • A vida de Pasteur (Seara Nova, 1938)
  • Sanderson e a escola de Oundle (Inquérito, 1941)
  • Moisés e outras páginas bíblicas (1945)
  • Um Fernando Pessoa (Agir, 1958)
  • Sete cartas a um jovem filósofo: seguidas de outros documentos para o estudo de José Kertchy Navarro (1945)
  • Um Fernando Pessoa e Antologia de Releitura (Guimarães, 1959)
  • Quadras inéditas (Ulmeiro, 1990)
  • Do Agostinho em Torno do Pessoa (póstumo, 1997)
  • Uns poemas de Agostinho (póstumo, 1997)

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d «Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto / Agostinho da Silva». Universidade do Porto. Consultado em 17 de março de 2013
  2.  Volume IV: Cadernos de Informação Cultural - Tomo 1 no Portal Agostinho da Silva
  3.  «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Agostinho da Silva". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 22 de julho de 2019
  4.  Notas sobre o Culto do Espírito Santo na Arrábida, Casa Agostinho da Silva, 12 de junho de 2015
  5.  «Instituto Politécnico de Setúbal: Agostinho da Silva». Consultado em 6 de setembro de 2011. Arquivado do original em 24 de abril de 2012
  6.  «O Estranhíssimo Colosso - Biografia Agostinho da Silva, António Cândido Franco - Livro - Bertrand»www.bertrand.pt. Consultado em 11 de julho de 2020
  7.  Álvaro de Matos (24 de junho de 2008). «Ficha histórica: 57 : folha independente de cultura» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 30 de janeiro de 2015
  8.  Rita Correia (11 de dezembro de 2008). «Ficha histórica:Princípio : publicação de cultura e política (1930)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 27 de março de 2015

Ligações externas

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SÃO BENIGNO - 13 DE FEVEREIRO DE 2022

 

Benigno de Todi

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de São Benigno)

São Benigno de Todi é um santo cristão.

Histórico

Foi martirizado em TodiItália para renegar a sua fé e oferecer sacrifícios aos deuses romanos, e como não o fizesse foi executado no dia 15 de fevereiro de 303, durante as perseguições do imperador romano Diocleciano (284-305).

Seu corpo foi deixado ao relento, mas inexplicavelmente os animais predadores não o atacaram e mais foi tarde foi recolhido por mãos piedosas e sepultado. No local de sua tumba foi erigido um Monastério Beneditino.

Suas relíquias foram trasladadas para igreja de São Silvestre em 1679.

Sua festa é celebrada no dia 13 de fevereiro.

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SÃO JOÃO DA SAXÓNIA - 13 DE FEVEREIRO DE 2022

 

João da Saxónia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
João
Rei da Saxônia
Reinado9 de agosto de 1854
29 de outubro de 1873
Antecessor(a)Frederico Augusto II
Sucessor(a)Alberto
 
Nascimento12 de dezembro de 1801
 DresdenSaxôniaSacro Império Romano-Germânico
Morte29 de outubro de 1873 (71 anos)
 DresdenSaxôniaImpério Alemão
Sepultado emHofkircheDresdenAlemanha
Nome completo 
João Nepomuceno Maria José Antônio Xavier Vicente Aloísio Francisco de Paula Estanislau Bernardo Paulo Félix Damásio
EsposaAmélia Augusta da Baviera
DescendênciaAlberto da Saxônia
Maria Isabel da Saxônia
Jorge da Saxônia
Ana Maria da Saxônia
Margarida da Saxônia
Sofia da Saxônia
CasaWettin
PaiMaximiliano, Príncipe Herdeiro da Saxônia
MãeCarolina de Parma
ReligiãoCatolicismo

João (Dresden12 de dezembro de 1801 – Dresden, 29 de outubro de 1873) foi o Rei da Saxônia de 1854 até sua morte. Era o terceiro filho de Maximiliano, Príncipe Herdeiro da Saxônia, e sua primeira esposa Carolina de Parma, ascendendo ao trono após a morte de seu irmão mais velho Frederico Augusto II.

Foi também Rei de Hanôver.[1]

Primeiros anos

Durante a maior parte da sua vida, João teve poucas hipóteses de herdar a coroa da Saxónia: antes dele estavam o seu pai e os seus dois irmãos mais velhos, Frederico Augusto e Clemente. Contudo, em 1822, Clemente morreu sem descendentes em Itália e João passou apenas a ter o seu irmão à sua frente na linha de sucessão.

Rei da Saxónia

João tornou-se Rei da Saxónia após a morte do irmão Frederico Augusto II no dia 9 de agosto de 1854.

A Organização Judiciária de 1855, a extensão da rede de caminhos-de-ferro, a introdução da liberdade nas trocas comerciais fizeram parte das suas principais medidas. Com o seu governo veio a aceitação do Tratado Comercial Francês (1862) e o inicio das negociações par um contracto semelhante com a Itália. Ele trabalhou sob a influência do seu primeiro-ministro Friedrich Ferdinand von Beust para resolver a questão da Grande Alemanha (Großdeutsche Lösung) para um acordo imperial (que incluía a Áustria). Em 1866, a Saxónia lutou ao lado da Áustria na Guerra Austro-Prussiana. Finalmente, após a derrota na Batalha de Königgrätz, a Saxónia juntou-se à Confederação da Alemanha do Norte e, em 1871, ao Império Alemão sob a hegemonia do Reino da Prússia. O rei morreu dois anos depois, aos setenta e um anos.

Além do seu trabalho político, João dedicava-se muito à literatura. Com o pseudónimo de Philalethes traduziu a Divina Comédia de Dante para o alemão e algumas partes deste trabalho foram colocadas no Schloss Weesenstein. O bairro de Johannstadt em Dresden recebeu o nome em sua honra.

Casamento e descendência

João casou-se por procuração, em Munique, no dia 10 de novembro de 1822 e em pessoa, em Dresden, no dia 21 de novembro de 1822 com a princesa Amélia Augusta da Baviera, filha do rei Maximiliano I da Baviera. Tiveram nove filhos:

Referências

  1.  Hof- und Staats-Handbuch des Königreich Hannover (1865), "Königliche Orden und Ehrenzeichen" p. 38

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