segunda-feira, 30 de abril de 2018

OS PENALTIS DA "TV" - DUARTE GOMES - 30 DE ABRIL DE 2018


Duarte Gomes

EX-ÁRBITRO DE FUTEBOL

Os “penáltis de TV” e as falhas do(s) videoárbitro(s) na 32ª jornada da Liga, segundo Duarte Gomes

O ex-árbitro Duarte Gomes analisa as prestações dos árbitros na 32ª jornada da Liga portuguesa 2017/18


Nuno Almeida apitou o Benfica-Tondela, da 32ª jornada da Liga 2017/18
 
GUALTER FATIA/GETTY

O balanço desta jornada tentará centrar-se menos nos lances em si e mais na lição (ou lições) que se pode retirar de cada um deles.

Por muito que este "trabalho" (o de comentar lances de forma técnica e distante) possa ser apelativo para quem quer apenas ouvir a opinião alheia, a verdade é que para mim só faz sentido se sobre cada análise houver uma ilação. Algo de pedagógico, de positivo que se possa retirar dali:

"O que levou ao erro? Como podia ser evitado? O lance foi claro ou cinzento? Porque se diz que há situações em que se aceita a leitura do árbitro? O que diz a lei? Que instruções têm os árbitros? O que devia ter sido feito para evitar o lapso? A falha foi grave ou compreensível?" And so on... and so on...

Nesta perspetiva, o jogo da Luz foi interessante.

Raul sofreu penálti (rasteira imprudente de Jorge Fernandes) antes de Pizzi marcar. Lance difícil de ver em campo e sem certezas absolutas para a video-intervenção (que acabaria por ser inócua, visto que a mesma jogada terminou em golo).

Depois, as ações de Cervi e Rúben Dias. Na minha opinião - sempre com recurso às imagens - ambas para cartão vermelho.

O argentino teve entrada grosseira sobre J. Fernandes. Pé bem armado, que atingiu, de forma excessiva, toda a perna e por fim, também o pé do defesa do Tondela. Lance que em campo pode não ter parecido tão grave (entendo a leitura do árbitro, que apenas deu amarelo), mas que o VAR tinha toda a obrigação de retificar, face à clareza da imagem que vimos.

Já Rúben Dias cometeu falta clara sobre Tomané, quando o avançado estava isolado, em direção à baliza, relativamente perto da área e com fortes possibilidades de marcar. Falhou o árbitro e o seu assistente mas falhou, sobretudo, o videoárbitro, que tinha obrigação de atuar face ao lance, quanto a mim claro, para expulsão.

Pelo meio, golo anulado ao Tondela (aceita-se a leitura de pé em riste) e o tal "penálti de TV" por assinalar sobre Raul: na verdade, Ricardo Costa quis tudo menos jogar a bola. Saltou para cima do mexicano, acertando-lhe com a anca nas costas e com o ombro no pescoço. Importante referir que, em campo, o lance pareceu apenas de choque casual. De contacto normal. No rigor do escrutínio via tv... penálti.

São este tipo de jogadas que definem bem a diferença entre as decisões que são aceitáveis em campo e aquelas que tecnicamente são esmiuçadas pelas imagens.

Neste momento há dois tipos de jogos: o que se joga no relvado e o que se vê na televisão. É importante que olhemos para os dois com essa noção clara, para que não robotizemos um espetáculo que permite contactos, intensidades e choques. Na dúvida, perguntem sempre a vocês próprios:

- "Face às circunstâncias, que tipo de decisão é que o futebol espera que se tome, neste lance"?
NURPHOTO/GETTY
Em Portimão, lance curioso entre dois Fernandes. O Rúben, capitão dos algarvios, fez tackle legal para cortar a bola e foi surpreendido pela finta para trás, do Bruno. Tocou na bola com a ponta dos dedos, mas sem gesto deliberado. O braço estava no chão para apoiar da queda, não para cometer infração.

Mais tarde, Rafa Soares colocou o braço direito no esquerdo de Bas Dost e pareceu puxá-lo. Outro penálti de TV. No campo ninguém percebeu se a queda do holandês foi motivada por aquele contacto ou se apenas se desequilibrou, por estar a correr de costas. Na televisão, o braço estava lá, houve nexo de causalidade (toque e queda), logo legitimidade legal para sancionar com castigo máximo.
Repito a pergunta: "Que tipo de decisão é que o futebol esperava que se tomasse, naquelas circunstâncias?".

Na Madeira, dois lances bem interessantes: o da expulsão de Amir e, já perto do fim, o amarelo que afinal foi vermelho a Rúben Ferreira.
HELDER SANTOS/GETTY
No primeiro, concordo em absoluto com a decisão de Xistra: a bola tocou no cotovelo direito do avançado brasileiro sem que este fizesse gesto deliberado nesse sentido. O jogador estava em corrida, no momento desse toque tinha os olhos no GR do Marítimo e estava a encolher-se, face à dureza previsível da entrada de Amir.
Não jogou a bola de forma estratégica e ostensiva. Ato contínuo, foi carregado, de forma grosseira e a pés juntos, pelo guardião madeirense. Lance, só por si, para vermelho direto. Mesmo que Xistra tivesse considerado a mão de Soares intencional, a expulsão mantinha-se sempre. O que mudaria seria apenas o sentido do pontapé livre (passaria a ser favorável ao Marítimo).

Já no lance de R. Ferreira... opinião muito clara: a Lei 12 diz que, para haver cartão vermelho por corte de clara oportunidade de golo, têm que ser cumpridos vários requisitos. O primeiro é que o árbitro considere a distância entre o local da infração e a baliza adversária, mas não fala "em metros". Não quantifica. Fica ao critério de quem avalia. Rica prenda envenenada.

Neste caso particular, sou da opinião que estamos perante um "lance-limite". É justo dizer que Paciência podia claramente fazer golo? É. Por isso, o vermelho seria bem exibido.

Mas seria ou não justo deduzir igualmente que, a várias dezenas de metros da baliza, podia não ser tão claro assim que marcasse golo? Sim, seria. Por isso o amarelo também caberia na equação.

A única certeza - para mim, inequívoca - é que este não era um lance passível de video-intervenção. Porquê? Porque qualquer que fosse a decisão tomada em campo (amarelo ou vermelho), ela jamais seria absolutamente inequívoca.

Como sabemos, o VAR só pode atuar quando há evidência inabalável de erro claro do árbitro. Ali garantidamente não houve.

Pede-se coerência neste aspeto, para que cá fora todos possamos perceber que o recurso ao VAR ou obedece ao rigor escrupuloso do protocolo ou escolhe o caminho oposto. O do meio é que não.

Duas notas finais:

1 - Excelente trabalho do VAR em Belém. Esgaio fez mesmo falta sobre Persson e o golo de Paulinho não podia valer;

2 - Em Vila do Conde, Guedes sentiu um ligeiríssimo toque (fortuito) do GR do D. Chaves e caiu, um metro depois, com aparato. O árbitro estava legalmente legitimado para considerar o lance faltoso (como considerou), mas pela terceira vez nesta crónica, fica a desafio: vejam bem esse lance e digam-me... que tipo de decisão esperava o futebol nessa jogada? Penálti... ou simulação?

Temos que abandonar a ideia de que o engano é o malandro e o enganador apenas o profissional que faz o seu trabalho.

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ANTÓNIO FONSECA

LÁ EM CASA MANDO EU.. - TRIBUNA EXPRESSO - 30 DE ABRIL DE 2018

AHHHHH YEEAAAHHH POEWOJFE WOIGJWKJ NVSLJFKDF DSKJVF!!!! Esta é a crónica impercetível de Lá em Casa Mando Eu depois da vitória na Madeira

Catarina Pereira estava num avião quando o FC Porto estava a jogar com o Marítimo, pelo que quando aterrou... quase desmaiava. Mas entretanto já teve tempo de recuperar e ver o jogo que deixou os portistas com uma mão no título

CATARINA PEREIRA, LÁ EM CASA MANDO EU
 
HELDER SANTOS/GETTY
Casillas
Já se sabe que quando Iker Casillas mete uma coisa na cabeça, há pouca coisa que se possa fazer para evitar que o consiga. Por exemplo, uma vez deu-lhe para beijar a namorada durante um direto para a televisão e ainda hoje há milhões de mulheres em todo o mundo que, a qualquer ato de romantismo do seu companheiro, pensam “errr, foi giro, mas o Casillas foi melhor”. É normal, trata-se de Iker Casillas e, basicamente, tudo o que ele faz, faz bem, e nem se gaba muito por isso. Quando, aos 11 minutos, sacou mais uma daquelas defesas que dão campeonatos, continuou com aquele ar de “este é mais um domingo qualquer nos Barreiros”, mas eu senti, logo ali, que escolhemos o homem certo para nos empurrar para o título. Errr... O José Sá foi giro, mas o Casillas é melhor.
Ricardo
Depois de todo este esforço, se formos campeões, espero que Ricardo tenha as férias que merece: descansado, ao sol, numa praia paradisíaca, sem Maxi Pereira por perto a ameaçá-lo e a ver pela televisão Cédric e João Cancelo a fazerem um excelente Mundial, conforme o selecionador, as mães e uma das irmãs dos respetivos laterais acreditam ser possível.
Felipe e Marcano
Não sei o que será preciso fazer para que esta continue a ser a nossa dupla de centrais para o ano, mas estou disponível para doações de dinheiro, sangue, órgãos e óvulos. É só dizerem.
Alex Telles
Estive num voo durante o jogo, pelo que tive de aterrar e esperar que o primeiro a ligar o telemóvel descobrisse o que tinha acontecido:
- Ganhámos!
AHHHHH YEEAAAHHH POEWOJFE WOIGJWKJ NVSLJFKDF DSKJVF!!!! (impercetível)
- Quanto?
- 1-0.
- Quem marcou?
- Marega
- A que minuto?
- 89.
- Como?
- De cabeça, num canto.
- De quem foi a assistência?
Por razões evidentes, ninguém fez esta última pergunta.
Sérgio Oliveira
Cada vez que Sérgio Oliveira vai marcar um livre perigoso, há em mim algum sentimento negativo que se manifesta, colaborando decisivamente para que ele falhe o respetivo lance de forma miserável. Penso que podemos vir a estar aqui perante um clássico desfecho: Sérgio Oliveira vai marcar o golo que nos dará o título, através da marcação de um livre perigoso, comigo a gritar antes “Oh, por amor de Deus, lá vai ele falhar isto”.
Herrera
Quando, daqui a uns anos, descobrirem que o FCPorto corrompeu os árbitros todos para fingir que nos prejudicavam, os juízes, procuradores e investigadores da PJ para irem aos jogos do Benfica e parecerem estar a pagar favores e certos comentadores para dizerem mal de nós, unindo a nação portista da forma que foi possível ver ontem e contribuindo, de forma decisiva, para o que espero vir a ser o título de campeão nacional, espero nada mais, nada menos, do que uma capa do jornal Expresso a denunciar tudo. Se alguém se lembrar de fazer um PowerPoint com os rostos desta enorme cabala, sonho com a minha fotografia lá e a seguinte descrição: “Catarina Pereira, a blogger que escrevia sempre mal do Herrera, levando-o à revolta que concretizou naquele golo decisivo na Luz e posterior canonização do mexicano como mais alto exemplar de uma época arrancada a ferros – termo sem ligação com a aparência física do jogador em causa”. Enfim, só não vê quem não quer.
Otávio
Foi, provavelmente, o menos entrosado na equipa no âmbito do querer parecer que não jogamos quase nada até matarmos isto tudo. Nos últimos quatro anos, Otávio seria um jogador melhor, que se destacaria mais devido à sua técnica e capacidade de luta, mas o FCPorto perderia no último minuto com um golo de um jogador emprestado pelo rival. Há que fazer sacrifícios, portanto.
Brahimi
Também já teve melhores dias, ainda que, mais uma vez, vários dos desequilíbrios criados tenham passado essencialmente por ele. Notei que, na receção no aeroporto, era dos jogadores mais emocionados, talvez porque já passou por muito para chegar até aqui, talvez porque, no meio daquela confusão, nunca conseguiu dar um beijo apaixonado ao Herrera como vi alguns adeptos a dar. Esperemos todos ter outra oportunidade para isso.
Soares
Continua empenhado em não marcar golos, desperdiçar oportunidades e provocar expulsões de guarda-redes comprados por nós para parecer que estão a travar um jogador que vai isolado quando, na verdade, só estão a fazer de propósito para o Marítimo ficar com menos um jogador num lance inofensivo, uma vez que Soares está empenhado em não marcar golos e desperdiçar oportunidades. Lá está: só não vê quem não quer.
Marega
No balanço que espero vir a fazer da época, desejo olhar para trás e ver em Marega tudo o que foi este FC Porto: um desajeitado, meio tosco até, que todos gozavam porque nunca iria conseguir fazer nada de jeito, sem oportunidade para rivalizar com todos os poderes instalados no futebol português, que aproveitou a única vantagem que tinha – a força, dos seus músculos ou dos seus adeptos – para acabar em primeiro. Quando voltarmos a brincar com Marega, lembrar-nos-emos daquele sorriso sincero, de quem festejava mais do que um golo, ou um eventual título, mas antes a conquista do que tanto vimos a exigir nos últimos tempos: respeito.
Corona
Estar a seguir a Marega na lista deve ser motivo suficiente para Corona vir aqui, ler isto e ficar extremamente satisfeito.
Óliver
Só está a um nome de distância de estar junto a Marega. Que emoção!
Gonçalo Paciência
Feirense. Vitória de Guimarães. Um ponto. Sem festa, sem euforia.
AHHHHH YEEAAAHHH POEWOJFE WOIGJWKJ NVSLJFKDF DSKJVF!!!! (impercetível)
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domingo, 29 de abril de 2018

16 Ilustrações mais que reais sobre o mundo em que vivemos

Quando falamos de arte, logo nos vem à mente belas obras-primas renascentistas ou esculturas de grandes artistas. No entanto, a arte nem sempre é feita a fim de agradar nossos olhos. Gerhard Haderer é um cartunista austríaco que faz ilustrações satíricas há décadas, mostrando a realidade nua e crua de nossa sociedade. Um de seus livros, The Life of Jesus (A Vida de Jesus, na tradução livre) provocou reações violentas na Europa, especialmente da Igreja Católica, que o acusou de insulto à comunidade religiosa. Em 2005, Haderer foi condenado à pena de suspensão de seis meses, porém o veredito foi revertido e ele foi absolvido.

Confira agora 16 das mais intrigantes e verdadeiras ilustrações desse grande artista que nos mostra o quão longe nossa sociedade está da perfeição.
 
Clique nas imagens para ampliá-las
Fonte: Fernanda B.

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