terça-feira, 28 de abril de 2015

OBSERVADOR - MACROSCÓPIO - 28 DE ABRIL DE 2015

Macroscópio – Um intervalo para “andar por aí”‏

Macroscópio – Um intervalo para “andar por aí”

Para: antoniofonseca40@sapo.pt
 


Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publ isher
Boa noite!


 
Hoje vamos “andar por aí”. E “andar por aí”, no Macroscópio, significa juntar vários temas numa só edição. Alguns deles nossos velhos conhecidos, outros sugestões mais originais.
 
Comecemos por um tema para o qual já chamámos muitas vezes a atenção: o da subida dos populismos na Europa. Depois de todas as luzes de alarme se terem acendido após a vitória (ou os bons resultados) de alguns partidos populistas de esquerda e de direita nas eleições europeias, há sinais de que a maré pode estar a virar. É pelo menos isso que defende Tony Barber no Financial Times:The populist surge has peaked but it will leave a bitter legacy. A tese do artigo é que os diferentes populismos podem ter atingido o seu sucesso máximo precisamente nestes últimos anos, mas que já começaram a recuar eleitoralmente e a cair nas sondagens. A tragédia grega que tem sido a forma como dois desses partidos se juntaram no governo para desafiarem a Europa também pode estar a contribuir para algum desencanto com soluções muito romantizadas mas pouco realistas. De resto, de uma forma geral,Greece aside, most mainstream centre-right and centre-left parties are displaying resil ience in the face of their iconoclastic rivals. To reverse the lines of the poet WB Yeats: things are not falling apart; the centre can hold.
 
Um dos países onde parece estar a ocorrer uma reviravolta é precisamente Espanha, onde o Podemos, aliado do Syriza, caiu nas sondagens de primeiro para quarto lugar. A quebra de popularidade do partido de Pablo Iglesias é mesmo objecto de uma interessante análise no El Pais, ¿Por qué Podemos comienza a no poder?, de Ignacio Urquizu, professor de Sociología na Universidade Complutense de Madrid. O autor não tem uma só explicação para a quebra do Podemos nas prefer&ec irc;ncias dos eleitores, mas várias. Vejamos uma delas:
El segundo factor que quizás esté detrás del descenso de Podemos es el significado de sus apoyos. Dicho de otra forma: la intención de votar a esta nueva formación política (y también a Ciudadanos) es el reflejo de un estado de ánimo. La gran diferencia de PP y PSOE respecto a Ciudadanos y Podemos es que los primeros son partidos políticos y los segundos, por ahora, sólo son eso: estados de ánimo. Desde luego que esta distinción da cierta ventaja a las nuevas formaciones políticas. De hecho, es por ello por lo que han subido como la espuma en las encuestas: porque son el reflejo de un deseo de la ciudadanía, pero no producto de organizaciones estructuradas e implantadas en los territorios.
 
(Para uma imagem de conjunto do tipo de partidos que, à esquerda, alinham com o Podemos e com o Syriza no hemiciclo europeu, recomendo este Especial de Vasco Gandra para o Observador: Os camaradas do Syriza no Parlamento Europeu, onde se nota que se trata, apesar de tudo, de um grupo pouco representativo e pouco homogéneo: O Grupo da Esquerda Unitária/Esquerda Verde Nórdica junta, no hemiciclo em Estrasburgo e Bruxelas, um mosaico de marxistas-leninistas, radicais de esquerda, ecologistas e pacifistas, mas também independentistas, socialistas republicanos, e defensores dos animais.)
 
Veremos se estas leituras estão certas ou são muito optimistas. Porque à Europa não faltam outros problemas, porque o drama grego está longe de resolvido, mesmo depois de Tsipras ter decidido retirar o ácido Varoufakis da linha da frente das negociações. Tanto mais que, ao mesmo tempo, seja qual for o acordo a que se chegue – e Atenas já admitiu cedências –, este poderá ter de ser referendado pelo povo grego.
 
(Mais uma nota à parte: sobre o comportamento de Varoufakis e a forma como acabou por exasperar os seus parceiros europeus, vale a pena ler esta análise da Bloomberg, Why Is a Hated Man Speaking for Greece?).
 
Até lá continuam a sair artigos com alguma profundidade e de leitura instrutiva, como esta peça editada no último fim-de-semana pelo Financial Times: Germany and Greece: a twisted love affair. É um texto que mistura memórias pessoais com evocações históricas antes de cair nos temas da actualidade. Com algumas perspetivas novas, como a referência ao fascínio que a Grécia exerceu historicamente sobre os intelectuais alemães. Por exemplo: “Some believe that the reverence went too far. In her brilliant essay of 1935, “The Tyranny of Greece over Germany”, English scholar EM Butler examined the lives of great German cultural figures such as Winckelmann, Goethe, Schiller, H& ouml;lderlin and Heine, and concluded that they had been all but destroyed by their passion for Greece. “They wished to seize and possess Greek beauty and make it their own; or to outdo it; or, failing that, to destroy it; or to drag it violently into the present; to unearth the buried treasure; to resuscitate the gods,” she wrote.” É, pelo menos, uma abordagem diferente daquelas a que estamos habituados.
 
Continuando na Europa, gostava de chamar a atenção para um texto de Tim Judah na The New York Review of Books, Ukraine: Inside the Deadlock. Escrito a partir de Kiev, é um trabalho que mistura impressões recolhidas no terreno com referências a alguns livros recentes sobre a Ucrânia. Eis um dos seus pontos:
Ukraine is in a race agai nst time. If Putin’s goal is simply to destabilize the country, rather than actually take more territory from it, then its angry people suit his aim. His problem is that the longer the war drags on, the worse it is for Russia’s economy and future too. Will he react by discreetly moving to help the rebels even more or by moving to delicately extricate Russia from the conflict? Only zealots who see Putin as some sort of messiah still believe that he is not fueling it. For the rebels themselves and their supporters, the reality is that militarily the campaign has stalled, at least for now.
 
Para o final deixei dois temas completamente diferentes. Um é sobre ciência, ou sobre como há sonhos de ficção científica que talvez se possam tornar realidade. Em Could we 'de-ex tinctify' the woolly mammoth? discute-se no Guardian/Observer como uma equipa de Harvard terá, ou não, inserido em células de elefante o DNA de mamutes. Porventura para os ressucitar. A autora, Beth Shapiro, manifesta contudo algumas dúvidas: “While I cannot come down entirely in favour of mammoth de-extinction, I do appreciate the power of the idea of resurrected mammoths. Far-fetched, crazy ideas stimulate excitement, concern, anger, and – most importantly – creativity. As we face growing threats to global biodiversity, as human populations expand and wild spaces become fewer and further between, we need increasingly creative solutions to conserve and protect living species. Many of the challenges facing de-extinction would not be challenges at all if surrogate mothers and surrogate social groups still existed.”
 
(Continuando na genética, chamo a aten&cce dil;ão para um texto de Ana Gerschenfeld no Público, É oficial: cientistas modificaram o ADN de embriões humanos, onde se relatam avanços científicos que recolocam na ordem do dia “o debate em torno da obtenção de bebés “feitos à medida".”)
 
Termino com algo totalmente diferente e muito mais provocatório: um texto da Nick Cohen publicado na última Standpoint com um título picante: Political Correctness Is Devouring Itself. Pequena passagem, para abrir o apetite da polémica:
Identity politics and the demands for freedom from offence it breeds create a Hobbesian world where everyone can demand the censorship of everyone else. There is no better proof of this than the fate of the politically correct themselves. Strip away the appearance of a solid ideology, and you see the contradications. The tendency of the modern liberal-left to excuse radical Islam is supported by the politically correct belief that liberals should support a religion of the disadvantaged. In the name of liberalism, they fail to fight a creed that is sexist, racist, homophobic and, in its extreme forms, genocidal and totalitarian. Their political correctness has turned their principles inside out, and led them to abandon their beliefs in female and homosexual equality. 
 
Como viram, andámos “por aí”, explorando territórios muito diversos e fazendo sugestões para preferências muito distintas. O objetivo é sempre o mesm o: ajudar a pensar. Amanhã estaremos de volta. Até lá, bom descanso e boas leituras. 

 

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ANTÓNIO FONSECA


EXPRESSO DIÁRIO - 28 DE ABRIL DE 2015

Diz-me com quem andas, dir-te-ei que Presidente serás‏

Diz-me com quem andas, dir-te-ei que Presidente serás

 
 
28-04-2015
 
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Expresso
NEWSLETTER
Nº244
28 de abril de 2015
Pedro Santos Guerreiro
POR PEDRO SANTOS GUERREIRO
Diretor Executivo
Diz-me com quem andas, dir-te-ei que Presidente serás
Sampaio da Nóvoa quer ser Presidente durante cinco anos e dirá porquê. E nós dizemos já quem é que estará amanhã ao lado do candidato a Belém na cerimónia de formalização da sua candidatura. Manuel Lemos vai mesmo ser presidente, mas do Conselho Económico e Social e para já durante 15 dias: o número 2 de Silva Peneda será presidente interino do CES a partir de sexta-feira. Lá por fora, damos destaque aos distúrbios de Baltimore, nos EUA. E falamos do Nepal. Com o impressionante depoimento de um jovem português que está em Katmandu e conta o inferno que foi viver o terramoto.

Temos ainda opinião, e da boa. Ricardo Costa, Henrique Monteiro, Daniel Oliveira e Henrique Raposo falam do CDS, de Piketty, de Pires de Lima e de António Mexia.

Agora é ler. Se tem a revista E de sábado à mão, use já o código aquiBoa leitura!
Ler o Expresso Diário
Manuel Lemos substitui Silva Peneda na Concertação... para já
CONSELHO ECONÓMICO E SOCIAL Silva Peneda deixa, sexta-feira, o CES e PSD só apresenta novo nome na próxima semana. Até lá, sindicatos e patrões concertam uma solução interina: o presidente da União das Misericórdias
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SAMPAIO DA NÓVOA AVANÇA COM "CARTA DE PRINCÍPIOS"
CORRIDA A BELÉM Ex-reitor formaliza amanhã a candidatura a Belém. Presidente honorário do PS estará presente. E ex-PR's também são esperados
NEPAL
Português conta como foi o terramoto: "Pensei que o edifício fosse ruir"
ESTADOS UNIDOS
Revoltas raciais. Baltimore pegou fogo
GRÉCIA
Mercados financeiros satisfeitos com novas máscaras gregas
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COMUNICAÇÃO
Não sabe “falar” emoji? Está condenado
AUTOMÓVEIS
Novo Mercedes S500, um mostruário de tecnologia
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ANTÓNIO FONSECA


OBSERVADOR - HORA DE FECHO - 28 DE ABRIL DE 2015

Hora de Fecho: Drones da PSP parados há um ano‏

Hora de Fecho: Drones da PSP parados há um ano

 
 
28-04-2015
 
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Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
DRONES 
Foram usados na final da Champions, mas Comissão de Proteção de Dados veio manifestar-se contra a sua utilização na prevenção policial. Continua a existir um vazio legal e já há processo em tribunal.
IRÃO 
Um navio cargueiro foi apreendido por forças iranianas depois de terem disparado para o barco. O Pentágono já se pronunciou.
SISMO NO NEPAL 
A aldeia de Ghodatabela, a norte de Katmandu, a capital do Nepal, foi palco de outra avalanche que deixou mais de 250 pessoas desaparecidas. Governador do distrito acredita haver estrangeiros.
JORNAIS 
Jornais como Les Echos, The Financial Times, The Guardian e El Pais vão receber financiamento da gigante norte-americana.
CHARLIE HEBDO 
Críticas ao jornal e à fuga do âmbito do prémio estão entre as principais razões apresentadas por seis escritores para não comparecerem na gala onde seriam anfitriões.
PARLAMENTO EUROPEU 
O Parlamento Europeu aprovou a obrigação de os novos modelos de automóveis ligeiros estarem equipados com um sistema de emergência que ligue diretamente ao 112 em caso de acidente.
FUTURO DA GRÉCIA 
Primeiro-ministro grego entregou coordenação de negociações com os credores ao vice-ministro dos Negócios Estrangeiros. Admitiu que o clima é negativo: os credores não querem discutir com Varoufakis.
PARLAMENTO EUROPEU 
A ascensão do Syriza na Grécia e do Podemos em Espanha está a dar esperança e um novo élan a uma série de partidos e movimentos de esquerda radical e alternativa na UE.
TELEVISÃO 
Nova série americana "The Messengers", em que Diogo Morgado é uma das personagens centrais, estreia esta terça-feira em Portugal. Ator português falou com o Obse rvador sobre novo desafio.
CAIAQUE 
Um indivíduo atirar-se de uma queda de água com mais de 18 metros de altura enfiado num singelo caiaque não só é ligeiramente perigoso como também é um desporto. E estes são os melhores do m undo. 
Opinião

Afonso Reis Cabral
Não me leves a mal. Nada disto tem que ver connosco, com o nosso encontro. O mundo é que nos perturbou. Eles queriam a lágrima fácil, o carinho take-away, pronto a engolir. 

Luis Carvalho Rodrigues
Eu era muito pequeno no Estado Novo. Não me recordo de Salazar. A minha formação política começou naquele dia de abril, nas eleições de 1975 e, depois, nas manifestações da Fonte Luminosa e das Antas.

Rui Ramos
As eleições de 1975 não foram importantes apenas para a transição democrática, mas também para a maneira como passámos a olhar para o país. Portugal nunca mais foi o mesmo. 

Alexandre Homem Cristo
Tantos nos pa rtidos à esquerda exigem que o bicho-papão do Estado Novo permaneça vivo e fazem do 25 de Abril currículo ou cadastro, convertido respectivamente em legitimidade ou ilegitimidade política

Paulo de Almeida Sande
O conservadorismo também emigra: os nossos compatriotas além-fronteiras (mesmo se já não há fronteiras na Europa) transportam consigo o fatalismo e o conformismo atávicos apreendidos no berço.

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ANTÓNIO FONSECA


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RABINDRANATH RAGORE - ESCRITOR - NASCEU EM 1861 - 7 DE MAIO DE 2024

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