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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

EXPRESSO CURTO - 23 DE FEVEREIRO DE 2016


Esteve quase quase quase a ficar órfão

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com


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Expresso
Bom dia, já leu o Expresso CurtoBom dia, este é o seu Expresso Curto 
João Vieira Pereira
POR JOÃO VIEIRA PEREIRA
Diretor-Adjunto
 
23 de Fevereiro de 2016
 
Esteve quase quase quase a ficar órfão
 
Bom dia,

Esteve quase para ficar órfão. Mas não ficou. Depois de enjeitado por todos, António Costa teve de assumir aquilo que já se sabia. Este é o seu Orçamento. Não fosse Costa primeiro-ministro.

O debate sobre um OE já praticamente aprovado começou ontem com as críticas da direita, a vergonha encapotada da esquerda radical e uma espécie de suspiro prolongado do Governo como que a dizer “paciência”.

Mas hoje, como fez questão de sublinhar Carlos César, far-se-á história, com os partidos à esquerda do PS a aprovarem pela primeira vez um Orçamento do Estado. O futuro dirá como este facto ficará registado nos compêndios da política. O melhor mesmo é deixar que Filipe Santos Costa lhe conte como correu o primeiro dia de discussão.

Ainda sobre o OE, o Negócios escreve que o Governo vai alargar o sistema da ADSE aos filhos até aos 30 anos, que ainda não trabalhem e vivam em casa dos pais. O mesmo poderá vir a ser feito para os cônjuges e para trabalhadores do sector privado mediante o pagamento de 3,5% do salário. O Estado a entrar no negócio dos seguros de saúde?

Deixo aqui algumas frases para relembrar o que se passou ontem.
António Costa
“Pela primeira vez em muitos anos, [o Orçamento do Estado para 2016] não é marcado por mais um aumento do IVA ou por um novo aumento do IRS. Pelo contrário.”
“Este é um orçamento responsável que cria condições para o crescimento económico.”


Catarina Martins
“Este é o Orçamento do Estado do PS e não do BE, mas será viabilizado pelo nosso voto.”
“Somos muito críticos nas opções do Governo em muitas destas matérias - como educação e saúde.”


Jerónimo de Sousa 
“Este não é o nosso Orçamento. (...) Mas que Orçamento estaríamos aqui a debater neste momento se a maioria do nosso povo não tivesse lutado durante quatro anos e com o seu voto não tivesse decidido alterar a composição da Assembleia da República?”

Pedro Mota Soares
“Quando fazemos uma pergunta, só sabe responder com o passado. Um primeiro-ministro que só sabe justificar o OE e as ações com o passado é um primeiro-ministro que muito rapidamente vai fazer parte do passado”
“Neste Orçamento, onde estão a economia, as medidas para o investimento, para a retoma e a competitividade?”


Matos Correia
“[virar da página da austeridade] Não é por repetir mil vezes essa inverdade que a torna real.”

Viremos a página, não da austeridade, mas para um dos assuntos que promete marcar o debate europeu durante os próximos meses. Brexit!

David contra Boris
. Caíram as tréguas dentro do partido conservador sobre a polémica Brexit, com David Cameron e Boris Johnson, o carismático mayor de Londres, a entrarem em guerra aberta sobre o tema.

Os Tories não se entendem sobre o que fazer e as divisões já passaram para acusações sobre tentativas de assalto à liderança do Partido Conservador e insinuações sobre a vida privada. Para já contam-se as espingardas para perceber quem está contra ou a favor dentro do partido. O assunto está em grande destaque em todos os jornais britânicos. Vale a pena ler as edições online doThe Guardian e do The Telegraph.

Como resultado a libra caiu ontem para um mínimo de sete anos face ao dólar (veja aqui as implicações de uma libra mais barata), isto depois de se ter percebido que os próximos quatro meses serão de disputa política sobre o Brexit, pelo menos até ao referendo de dia 23 de junho. Para perceber o que está em causa vale a pena ler o editorial do The Guardian. Até já hácronómetros que marcam os dias, horas e minutos que faltam até ao referendo.
 

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OUTRAS NOTÍCIAS
Era um debate muito esperado aquele sentou frente-a-frenteAntónio Guterres e Durão Barroso, claramente dominado por este último. No final concordaram em concordar em quase tudo, exceto, claro está, na solução governativa encontrada por António Costa. Pode ler aqui o resumo do que disseram GuterresDurão.

novela TAP continua e não há meio de a empresa ter sossego. Perante o “chumbo” da ANAC ao anterior modelo de privatização, começaram já as negociações para tentar resolver este novo problema. Nos EUA numa operação de charme,Neeleman anunciou novas rotas para aquele mercado e disse que o avião carregado de dinheiro deverá aterrar hoje ou amanhã.

Sobre este tema vale a pena ouvir o que disse Morais Sarmento na antena da Renascença. Durante o programa de José Pedro Frazão — “Falar Claro”, afirmou que “O Governo já conseguiu destruir a TAP. Se me perguntar se a TAP tem solução, por si? Já não tem. Aquilo que já fez António Costa desde que tomou posse até aqui foi dar cabo da TAP.”

Já agora realço também as declarações de Vera Jardim sobre aguerra dos Costas, durante o mesmo programa. O ex-ministro da Justiça do PS diz-se desagradado com as críticas de António Costa a Carlos Costa“Não gostei. Um primeiro-ministro deve dizer essas coisas ao governador em privado. Em público pode e tem o direito de criticar mas a maneira como o fez foi porventura brusca demais. Não me agradou.”

Sindika Dokolo dá hoje uma curiosa entrevista ao Negócios que vale mesmo a pena ler. O marido de Isabel dos Santosdispara em todos os sentidos em sua defesa com algumas afirmações interessantes. Aqui ficam alguns excertos para lhe aguçar o apetite. Ou não:
“Se for ver o dossiê Efacec, uma boa parte do dinheiro que financiou a compra vem da banca portuguesa e a banca portuguesa vai lucrar com isso como sempre o fez, apoiando projectos da Isabel.”
“Fazem a manipulação dos supostos milhões de dólares que ela tem sem nunca olhar para a dívida.”
“Esta crise, vendo a situação a longo prazo, vai ter um efeito positivo porque é uma espécie de "reality check". Acho que o governo percebeu isso e está a tomar as medidas de reformas ou de reavaliação que se tornam necessárias.”
“É uma sorte para Angola ter um governo que tem experiência na gestão de situações de crise.”


Cinco horas e duas reuniões diferentes não foram suficientespara que saísse fumo branco que permita a Pedro Sánchez ser empossado como chefe de Governo em Espanha. As equipas doPSOE, Podemos, Compromís e Izquierda Unida (que ocupavam a quase totalidade de uma enorme mesa) não chegaram a nenhum entendimento e o encontro será prolongado para hoje.E se necessário pelos próximos dias.

De forma paralela e supostamente secreta decorreu uma reunião entre o líder do PSOE e o do Ciudadanos, Alberto Rivera, de forma a criar as condições para a investidura de Sánchez. É que hoje termina o prazo dado pelo líder do Ciudadanos para decidir se assina ou não o acordo com o líder dos socialistas. Entretanto, o Podemos, que via estas reuniões como inaceitáveis,já recuou e aceita agora que Sánchez tente todos os acordos possíveis.

Em Barcelona a estrela do Mobile World Congress foi Mark Zuckerberg. O criador do Facebook anunciou a criação de uma equipa dedicada apenas ao desenvolvimento de realidade virtual social (um mês antes da empresa colocar à venda os óculos Rift), e outras novidades e parcerias que prometem mudar mais um pouco a rede social. Mas a sua passagem pela cidade espanhola fica marcada pela promessa de levar internet gratuita a todas as pessoas no planeta. Se quiser seguir tudo o que se passa nesta feira basta adicionar o Snap-Expresso no Snapchat. A Iryna Shev está lá e através daquela plataforma, ou dos diretos no Facebook do Expresso, dá-lhe a nossa visão sobre este evento.

Depois de os EUA e a Rússia terem acordado num novo cessar-fogo na Síria já no próximo sábado, Bashar al-Assad, o presidente deste país, anunciou eleições legislativas para 13 de abril.

Há uma nuvem de pó e areia por cima de Portugal e Espanha desde domingo passado. O astronauta Tim Peakepublicou uma fotografia tirada da estação espacial internacional na sua conta do twitter. Pode ler aqui a explicação do fenómeno, que ajudou a aumentar a temperatura dos últimos dias.

Estamos quase a entrar em março, o mês em que começa a primavera, e ainda estamos à espera do inverno. Depois de 2015 ter sido o ano mais quente desde que há registos, o mês de janeiro voltou a estabelecer recordeso mais quente dos últimos 137 anos.

O aquecimento global já não é uma teoria de malucos. Em apenas 100 anos o nível do mar subiu mais do que nos 3000 anos anteriores. E se nada for feito pode subir mais um metro até ao fim deste século.

Parece que o Sporting ganhou ontem, voltando a isolar-se na liderança do campeonato.

Inicia-se hoje na Póvoa de Varzim a 17ª edição do festival literário Correntes d'Escritas, em que participam 80 escritores. Nos próximos 5 dias, a cidade berço de Eça de Queirós enche-se com 80 escritores que se dividem por várias conferências, debates, mesas redondas e ações nas escolas.

O QUE NOS CONTAM OS NÚMEROS
€3314 milhões
Valor enviado para Portugal pelos emigrantes durante o ano passado. Um crescimento de 8,4%. França, como não podia deixa de ser, lidera com mais de mil milhões.

€61 mil milhões. Valor investido pelas empresas chinesas emcompras de outras empresas fora do seu país. E isto só em 2016.

106 anos. A idade de Virginia McLaurin, que nunca pensou, durante a maior parte da sua vida, que poderia visitar a Casa Branca e muito menos que fosse um presidente negro a recebê-la. Há vídeos que vale a pena ver.

€28,3 mil milhões é o crédito total concedido à economia sem qualquer tipo de garantia.

$5 mil milhões. Valor que a Playboy recebeu nos últimos 10 anos de empresas chinesas referente ao pagamento de licenças de utilização do seu logótipo em diversos produtos, desde cosméticos a roupa desportiva. Como a empresa perde cerca de 3 milhões de dólares ao ano esta bem pode ser a sua salvação.

O QUE EU ANDO A LER
É do caos que muitas vezes surgem boas surpresas. Experimente arrumar a sua biblioteca. Daquelas arrumações que duram... e duram... Os montes que se formam avulsos são autênticas caixinhas de surpresas. O mais provável é acabar no chão a ler aquele livro que nunca tinha conseguido abrir ou a reler um que lhe deu verdadeiro prazer.

"O lado bom da irracionalidade", um livro de Dan Ariely, que ficou famoso por escrever uma outra obra —"Previsivelmente Irracional" —, voltou à minha mão cuspido por uma das torres que um dia voltará a estar arrumada na estante.

É difícil descrever o prazer que dá a quem é apaixonado por economia ler as pequenas experiências que este cientista social nos traz. Uma atrás de outra, ajudam-nos a explicar a suposta irracionalidade do mundo que nos rodeia.

jogo do ultimato é uma experiência usada por economistas para estudar o comportamento dos agentes económicos. Dá-se ao líder uma certa quantia (neste caso 20 dólares) e este tem que dividir essa quantia numa qualquer proporção com outra pessoa. Sendo que essa pessoa não sabe quem é o líder, mas sabe que se recusar a divisão nenhum deles recebe qualquer valor.

Com base nestas premissas, alguém profundamente racional aceitaria qualquer divisão mesmo que essa fosse 19-1. Ficar com um dólar que seja é melhor que nada. Só que a economia comportamental descobriu que as pessoas se regem por critérios de justiça e de equidade e que por isso se considerarem a oferta injusta têm tendência a recusá-la, mesmo que isso signifique ficar sem nada. É por isso que este tipo de jogos acaba em média numa divisão de 12-8. Dan Ariely defende que quando são economistas a jogar aceitam qualquer divisão. Mesmo a 19-1.

"Mas quando economistas jogam com não economistas, sofrem uma profunda desilusão quando as suas propostas desiguais são rejeitadas.". Como cientista foi mais longe, expôs vários elementos do seu estudo a situações emocionais antes de tomarem uma decisão. Isto para concluir que uma pessoa que tenha sido, antes da sua escolha, sujeita a uma situação de raiva ou infelicidade tem mais tendência a rejeitar ofertas injustas. Pelo contrário, pessoas que foram sujeitas a situações de alegria ou felicidade têm mais tendência a aceitar divisões desiguais.

Contudo Ariely escreve ainda que, se inverter os papéis e se quem recebia antes a proposta fosse colocado a fazer a divisão, e se antes tivesse sido colocado na categoria infeliz, tem mais tendência a fazer agora uma proposta mais justa. E, pelo contrário, quem foi colocado na categoria feliz tem mais tendência a fazer uma divisão mais injusta. Isto porque existe auto-seguidismo nas decisões que tomamos...

Acredite, vale a pena ler para perceber porque é que são contraproducentes os bónus exagerados aos gestores, ou o que é o efeito IKEA...

O curto fica hoje por aqui. Amanhã está de regresso pelos dedos de Bernardo Ferrão.

Tenha uma ótima terça-feira
 
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