quarta-feira, 11 de março de 2015

OBSERVADOR - MACROSCÓPIO - 11 DE MARÇO DE 2015

Macroscópio – Está a acontecer qualquer ao euro e parece que é bom‏

Macroscópio – Está a acontecer qualquer ao euro e parece que é bom

Para: antoniofonseca40@sapo.pt
 


Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!

 
O euro está a desvalorizar. Porventura mais depressa do que se esperava. E isso, desta vez, parece que é bom.
 
Começa por ser bom para a Europa porque lhe permite vender os seus produtos mais baratos nos mercados mundiais. O que pode estar a mudar muita coisa. Basta pensarmos que, no início do ano, um euro valia 1,18 dólares e hoje a sua cotação aproximou-se dos 1,05 dólares, o que significa que, em comparação com a moeda americana, há mais de 12 anos que o euro não estava tão desvalorizado.
 
Isto depois de um ano de contínua desvalorização, uma situação que o Observador analisou logo no início deste ano, a 5 de Janeiro, em Euro a cair. A sorte de uns é o azar de outros. Nesse texto recordava que, em 2008, um euro chegou a valer quase 1,6 dólares, um período óptimo para quem visitava os Estados Unidos ou comprava bens em dólares. Já nessa altura escrevíamos que entre as empresas que podiam ganhar mais com a desvalorização, estavam, por exemplo, a Altri, a Portucel e a Semapa, empresas empresas que tenham os preços de venda dos seus produtos e serviços em dólares mas enquanto os seus custos são pagos em euros. Perdiam todas as empresas e consumidores que necessitam de produtos cotados em dólares, mas um dos principais, o petróleo, tem caído tanto nos mercados internacionais que mais do que compensava, nessa altura, a desvalorização do euro.
 
Ontem o Financial Times regressou a este tema em Europe’s chief executives feel warmth from low euro tailwinds para nos contar como muitas empresas europeias vêm com verdadeiro entusiasmo a actuar depreciação da moeda europeia. E compreende-se porquê: há analistas que dizem que os lucros das companhias europeias podem subir 5% só por efeito de uma queda de 0,2 do euro na sua relação com o dólar – e desde meados de 2014 o euro já perdeu mais de 0,3 dólares na sua relação de troca. Companhias como a Airbus dizem mesmo que lhes basta uma variação de 0,1 euros para os seus resultados melhorarem mil milhões de dólares. Mesmo assim:
While it improves price competitiveness with rivals in the US, Korea or China, there are also downsides. “The background to the weak euro is problems in the eurozone, and that has an effect that works in the other direction — demand in the eurozone is weak,” said Mr Wiechers. But some analysts say that other positive factors should also help to boost profits for European companies this year, including low interest rates and the nearly 50 per cent fall in the oil price over the past eight months.
 
A queda da cotação do euro é uma consequência directa da política de quantative easing do Banco Central Europeu, que começou este mês a funcionar. Mesmo assim trata-se uma política que continua a levantar algumas  úvidas aos economistas, como se pode verificar lendo esta breve análise da Economist, The ECB and the markets - The fall and the conundrum. É um texto mais técnico, mas que refere um pouco o outro lado da moeda. Fá-lo citando una análise do Deutsche Bank:
The Euro-area’s huge current account surplus reflects a very large pool of excess savings that will have a major impact on global asset prices for the rest of this decade. Combined with ECB quantitative easing and negative rates we argued that this surplus of savings would lead to large-scale capital flight from Europe causing a collapse in the euro and exceptionally depressed global bond yields.
 
Do outro lado da barricada encontram-se economistas de muitas e variadas escolas, sendo um deles o agora famoso Thomas Piketty, que numa entrevista à Spiegel foi muito duro com o euro precisamente por este não permitir às diferentes moedas desvalorizarem. Eis uma das passagens mais fortes desse texto:
We may have a common currency for 19 countries, but each of these countries has a different tax system, and fiscal policy was never harmonized in Europe. It can't work. In creating the euro zone, we have created a monster. Before there was a common currency, the countries could simply devalue their currencies to become more competitive. As a member of the euro zone, Greece was barred from using this established and effective concept.
 
Não quero acabar este bloco mais dedicado a temas económicos sem dar um salto até à Standpoint, onde encontrei um texto onde se reflecte sobre um tema que tem ocupado boa parte das minhas leituras nos últimos dois anos: seria Keynes, se ainda fosse vivo, um keynesiano à moda de alguns dos mais famosos economistas da actualidade, de Martin Wolf a Paul Krugman. E, The Keynesian Versus The Monetarist: Time To Re-Read Keynes, Tim Congdon, acha que não:
Let us slightly rephrase the key question into, "Does an increase in the budget deficit—due, say, to a rise in government spending unaccompanied by higher taxes—increase demand and output?". Consider a plausible reply from an intelligent layman, someone who has had the good fortune not to have endured a university macroeconomics course. He might say, "It depends, but a possibility is that the extra government spending is offset by less spending by the private sector." Further, if the extra government spending were large and the rise in the deficit were to an unsustainable figure, he might conjecture that the reduction in spending by frightened, unhappy and conservative-minded private-sector companies and individuals would exceed the extra spending by the state. (Think of Greece, Portugal and Ireland in the Great Recession.) 
(Este texto é uma resposta a outro, de Martin Wolf, "The Keynesian Versus The Monetarist: A Lost Decade", publicado também na Standpoint).
 
Por fim, para descermos à terra e não ficarmos por temas tão teóricos, sugiro-vos a leitura de um especial do Observador onde, face à contínua descida das taxas de juro, se pergunta: Euribor negativa. O banco vai pagar o seu crédito à habitação?Era bom era, mas David Almas explica-lhe porque é que a banca discorda e quer continuar a cobrar os seus juros.
 
Tal como ontem, guardei as últimas recomendações para um tema completamente diferente: passaram hoje 40 anos sobre uma das datas mais marcantes do período revolucionário que se seguiu ao 25 de Abril: o 11 de Março de 1975, data em que uma tentativa de golpe do sector spinolista não só acabou derrotado como abriu caminho ao PREC – Processo Revolucionário Em Curso. Um primeiro momento dessa aceleração da revolução ocorreu logo a 12 de Março, quando são decididas um conjunto de nacionalizações que transformariam radicalmente a paisagem económica do país. É um momento que António Costa recordou hoje no Diário Económico, em Foi há 40 anos… Pequena passagem:
O Estado tinha duas soluções para indemnizar os proprietários dos grupos empresariais nacionalizados, e escolheu a pior. Em vez de pagar as respectivas indemnizações, preferiu devolver as empresas e arranjar forma de financiar esses grupos, muitas vezes através do recurso aos bancos públicos. Tínhamos capitalistas, donos de empresas, mas sem capital. E esse pecado original nunca foi, verdadeiramente, corrigido. (…)Por culpa das nacionalizações do 11 de Março, por incompetência e às vezes dolo de muitos empresários, o país tem um sector empresarial vulnerável e fragilizado, os patrões são, muitas vezes, apenas extensões dos bancos, os verdadeiros donos. Quando são, porque uma análise rápida aos novos donos disto tudo permite perceber várias nacionalidades, e a maior parte não é portuguesa.
 
A Renascença preparou um trabalho multimédia - 11 Março. Se Spínola tivesse ganho, “o país nunca mais se endireitava” – que se baseia numa conversa com “César Neto Portugal, à época major piloto aviador em Tancos, que comandou um dos aviões que tentaram neutralizar o RAL 1. Uma missão sem sucesso numa tentativa de golpe que durou poucas horas. Acabou na prisão por 10 meses.”
 
Para reflectir sobre o significado do 11 de Março, o papel dos militares, as tensões entre o PS e um PCP que parecia ter cada vez mais poder, o habitual programa do Observador Conversas à Quinta foi antecipado para esta quarta-feira. Jaime Gama viveu esses dias em Lisboa, Jaime Nogueira Pinto já estava exilado na África do Sul, mas entre memórias pessoais e aquilo que hoje sabemos sobre como tudo se passou, tivemos mais uma conversa muito interessante. E instrutiva sobre esse iomportante período da vida portuguesa: Há 40 anos, o 11 de Março de 1975 foi o dia em que a revolução acelerou. Pode também ouvir o podcast quer através do iTunes, quer do SoundCloud do Observador.
 
E por hoje é tudo. Bom descanso.
 
 
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ANTÓNIO FONSECA

OBSERVADOR - HORA DE FECHO - 11 DE MARÇO DE 2015

Hora de Fecho: Governo PS desistiu de cobrar dívidas até 2006‏

Hora de Fecho: Governo PS desistiu de cobrar dívidas até 2006

 
 
17:29
 
 Grupos
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Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
SEGURANÇA SOCIAL 
Segurança Social abdicou de pagamentos devido a falhas em 8 centros distritais e ao grande volume de queixas. Governo PS avalizou travão nas notificações. Mais de 278 mil não pagaram.
DEBATE QUINZENAL 
É o primeiro confronto direto com a oposição desde que o caso das dívidas à Segurança Social rebentou, e o debate é visto por muitos como a última oportunidade. Cabe ao PM abrir as hostilidades.
TELEVISÃO 
O Diário Económico avança que o diretor da informação terá sido informado ontem pela nova administração da sua saída. É o terceiro diretor de informação a sair da estação p ública em três anos.
TRANSPARÊNCIA 
Já houve ministros a demitirem-se por causa de fuga aos impostos e outras suspeitas que ficaram por esclarecer. Recorde os casos que fizeram manchetes nos jornais.
TRANSPARÊNCIA 
O momento que vivemos aconselha a mais transparência? Ou corre-se o risco de "voyeurismo"? As dívidas de Passos à Segurança Social voltam à ribalta esta quarta-feira no Parlamento.
= 9
FUTURO DA GRÉCIA 
Divisão cada vez maior entre os governadores do BCE quanto à Grécia. Segundo a Bloomberg, "alguns membros" opõem-se a mais aumentos do limite para o acesso à plataforma de emergência (ELA).
09
SEXISMO 
É daquele tipo de homem que gosta de comprar flores a uma mulher e cobri-la com o seu casaco na rua quando está frio? Então é sexista. Simpático, mas sexista. A conclusão é de um estudo.
ESTADO ISLÂMICO 
A informação foi avançada por um jornalista do Kuwait via Twitter. O Estado Islâmico diz que se trata de um jihadista português, conhecido por Abu Jwairiya Al-Portughali.
EUA 
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, pressionou hoje o Congresso para autorizar formalmente uma guerra contra o grupo radical Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
TERRORISMO 
Os dois homens galegos foram detidos no aeroporto e são procurados em Espanha por associação criminosa. São considerados terroristas desde 2010. 
Opinião

Gonçalo Almeida Ribeiro
Cavaco Silva não se apercebeu do absurdo constitucional que é o Presidente em funções esboçar um testamento político no quadro de um regime republicano e democrático. 

Maria João Marques
Parecemos tão impregnados na certeza de que os rendimentos masculinos devem ser maiores que até até as semanadas e mesadas dos rapazes são maiores do que as das raparigas.

José Manuel Fernandes
O problema de Passos n� �o é moral: cometeu erros, corrigiu-os, falta pedir desculpa. O problema é político: perdeu autoridade. Mas não se confunda a gravidade do caso com os escândalos que nos rodeiam.

Rui Ramos
O problema de Costa é que, cada vez mais, parece o candidato da instabilidade e da incerteza. Quem quer arriscar o emprego, a pensão e as poupanças para assistir à aventura de um governo de Costa?

Isabel Neto Branco
Os curriculas estabelecidos e que pretendem definir o que o aluno deve e precisa saber continuam a preparar gerações para o mercado do emprego e não para o do trabalho.
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ANTÓNIO FONSECA


E MAIS UM... - 11 DE MARÇO DE 2015


O jornalista belga Marc Roche está em Portugal para apresentar o mais recente livro da sua autoria: ‘Bankster: Uma viagem ao submundo dos banqueiros’.
NOTICIASAOMINUTO.COM
Não gosto ·  · 
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ANTÓNIO FONSECA

PRINCIPETITO BLOG - 11 DE MARÇO DE 2015

PríncipeTito Blog‏

PríncipeTito Blog

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com

PríncipeTito Blog


Posted: 10 Mar 2015 02:25 PM PDT
RIDÍCULO

Posted: 10 Mar 2015 10:08 AM PDT

ALETEIA - 11 DE MARÇO DE 2015

Aleteia - Feminicídio e revolução sexual: uma relação que o laicismo finge que não existe‏

Aleteia - Feminicídio e revolução sexual: uma relação que o laicismo finge que não existe

Aleteia (info@aleteia.org)
 
 
06:25
 
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11/03/15
 
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Feminicídio e revolução sexual: uma relação que o laicismo finge que não existe

Combinação de pornografia e liberação sexual sem limites acelerou redução da mulher a objeto
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5 passos para orar de verdade

Nunca foi tão fácil aprender a fazer oração
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Um prato que se come frio

Uma reflexão que vale a pena: o que fazer com aquela vontade louca de se vingar do outro?
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ARTIGO DE ESPIRITUALIDADE
EVANGELHO DO DIA
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogar, mas completar. Em verdade vos digo: Antes que passem o céu e a terra, não passará da Lei a mais pequena letra ou o mais pequeno sinal, sem que ...




 
 

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